quarta-feira, novembro 14, 2007

As autarquias vistas do lado dos inspectores

É provável que os “efectivos” não cheguem para as encomendas, apesar de um recente “reforço”. Mas a notícia de que o organismo que inspecciona as autarquias está “em fase de pré-ruptura” despertou a minha curiosidade. Fui ler o Plano de Actividades para 2008 (PA-2008) da agora designada IGAL e a sensação com que se fica é que não há por aquelas bandas nem uma vaga ideia estratégica do que se pretende fazer.

Com efeito, lê-se no PA-2008 que “o desenvolvimento da actividade da IGAL em 2008,¹ obedece às seguintes linhas de orientação estratégica”:

    • Implementar a nova Lei Orgânica;
    • Propor a revisão da Lei da Tutela;
    • Reforçar o orçamento de funcionamento;
    • Reforçar quantitativa e qualitativamente os meios humanos disponíveis;
    • Cumprir o Plano Anual de Inspecções às Autarquias;
    • Realizar as inspecções, inquéritos e sindicâncias;
    • Prosseguir a realização de inspecções às freguesias;
    • Proceder à análise das queixas;
    • Prosseguir o aperfeiçoamento do sistema de controlo do cumprimento dos despachos tutelares;
    • Fornecer os elementos e esclarecimentos solicitados pelos Interessados;
    • Reforçar a colaboração com o Ministério Público;
    • Reforçar a articulação com o Tribunal de Contas,
    • Implementar novas formas de constituição das equipas inspectivas;
    • Incrementar o carácter pedagógico das acções inspectivas;
    • Promover a formação profissional;
    • Realizar um Seminário subordinado ao tema " Autarquias Locais e Gestão de Recursos Humanos";
    • Manter actualizada a base de dados jurídico-documentais;
    • Alterar metodologias de trabalho a nível de apoio técnico-jurídico, desde que haja disponibilidades financeiras, para tal;
    • Elaborar e submeter à aprovação superior a Portaria de Avaliação, Selecção e Eliminação de Documentos da IGAL;
    • Administrar os recursos documentais de legislação e jurisprudência;
    • Colaborar com os ELOP na troca de experiências e na implementação e desenvolvimento de estruturas inspectivas;
    • Aprofundar relações com a comunidade científica;
    • Promover a realização de um estudo de carácter científico sobre “Técnicas de Amostragem”;
    • Promover a realização de um estudo de carácter científico sobre “A Implementação do Sistema da Avaliação de Desempenho na IGAL”;
    • Promover a conclusão da implementação da solução informática integrada;
    • Proceder à gestão processual das acções inspectivas e demais expediente com elas relacionado;
    • Concluir a actualização do Manual de Procedimento Autárquico;
    • Aprovar e Operacionalizar as Normas e Procedimentos Técnicos dos Processos Inspectivos;
    • Estudar, conceber e iniciar a implementação da base de dados geral da actividade inspectiva;
    • Estudar, conceber e iniciar a implementação da base de dados;
    • Reforçar os Quadros de Pessoal;
    • Administrar os Recursos Humanos constantes do mapa anexo e os Recursos Financeiros e Patrimoniais.

Caro leitor, ainda está apenas no patamar das “linhas estratégicas”. Se pretender saber mais, o melhor é folhear o PA-2008.

O problema que a IGAL não compreende é que não se pode inspeccionar tudo: “Realização duma inspecção a cada Município, no período normal de cada mandato autárquico”. Há outros meios de que a IGAL nem desconfia…

Que seria do fisco se tivesse de inspeccionar todas as pessoas singulares e colectivas uma vez em cada quatro anos (prazo do direito à liquidação)?

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¹ No original, Tiago.

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