sexta-feira, novembro 09, 2007

Com o meu vestidinho preto nunca me comprometo

          "This story shall the good man teach his son;
          And Crispin Crispian shall ne'er go by,
          From this day to the ending of the world,
          But we in it shall be remembered-
          We few, we happy few, we band of brothers;
          For he to-day that sheds his blood with me
          Shall be my brother; be he ne'er so vile,
          This day shall gentle his condition;
          And gentlemen in England now-a-bed
          Shall think themselves accursed they were not here,
          And hold their manhoods cheap
          whiles any speaks
          That fought with us upon Saint Crispin's day."





O artigo de Campos e Cunha, no Público de hoje, consiste na recensão de um documento de Jens Henriksson sobre o processo de consolidação orçamental. Tal como já nos habituou, falta-lhe em capacidade política o que transborda em conhecimento académico.

Não vem mal ao mundo que Campos e Cunha tenha resumido as Ten Lessons About Budget Consolidation do autor sueco em cinco pontos, para respeitar o espaço que o Dr. Fernandes lhe concede semanalmente. Mas não fica claro por que ao último dos cinco pontos dá o título de “Não embandeirar em arco”.

Henriksson termina a sua obra com duas lições: “stick to one message” e “stick to it”. Ou seja, o derradeiro argumento de quem levou a bom porto o equilíbrio das contas suecas é o da determinação, o que, goste-se ou não, tem sido a marca do actual governo.

Dito de outra forma, ser determinado não é preparar um Programa de Estabilidade e Crescimento para Bruxelas aprovar e, depois, não aguentar a sua execução mais do que alguns meses. Se também há uma lição da história recente da política portuguesa é que as finanças públicas estão intimamente ligadas às reformas estruturais. Sim, aquelas que académicos, comentadores, políticos e instituições internacionais há muito reclamavam. Sim, aquelas que o insuspeito Presidente da República ainda agora confirmou no Chile que estavam a ser adoptadas em Portugal.

É de temer que Campos e Cunha tenha lido o documento, mas não tenha aprendido a lição: como é que pode acabar o seu artigo com a magna pergunta sobre a redução de impostos, quando acabou de ler, na pág. 33, que “the difficulty with the final lesson is that it never ends. Until the deficit, sooner or later, rears it ugly head again. Then it is time to go back to the first lesson [LESSON ONE: SOUND PUBLIC FINANCES ARE A PREREQUISITE FOR GROWTH].”

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