- “Tenho dúvidas que a Coreia do Norte não seja uma democracia.”
“Julgo que não há presos políticos em Cuba.”
- Bernardino Soares, líder parlamentar do PCP, ao DN de 24.02.2003
Quem mais se poderia lembrar de fazer uma interpelação sobre “política geral centrada no estado da democracia e nas condições de exercício de direitos e liberdades fundamentais”?
Não deixa de ser irónico estar o PCP preocupado com a democracia. Uma semana depois da expulsão de Luísa Mesquita, em que o que interessa, mais do que saber se a deputada assinou ou não o dito documento de renúncia ao cargo, é a existência do próprio documento, completamente à margem das condições constitucionais do exercício de direitos e liberdades fundamentais e do estatuto do deputado.
A Constituição da República fica mais uma vez à porta do PCP. Esta posição de Jerónimo de Sousa, antes da expulsão, resume bem o respeito do PCP pelos eleitores e pela Constituição: "Em termos de compromissos e de palavra de honra, o discurso tem de ser acertado com a prática e, nesse sentido, quem está mal é a Luísa Mesquita, que interpretou esse mandato seu, quando o mandato é do PCP, da CDU, porque foram milhares e milhares de militantes que contribuíram para essa mesma eleição."
Se o PCP está tão preocupado com a qualidade da democracia, por que se opõe na Assembleia da República a medidas que contribuem para elevar a qualidade da democracia? Vejam-se alguns exemplos:
• Referendo sobre despenalização do aborto – O PCP votou contra, apesar do resultado de 1998;
• Substituição dos deputados – O PCP (e o BE) votaram contra, apesar de a nova lei tornar mais apertadas e objectivas as regras de substituição por motivo relevante, combatendo assim a fungibilidade;
• Paridade – O PCP votou ao lado da direita contra uma lei que assegura uma representação mínima de cada um dos sexos;
• Nomeações dos altos cargos dirigentes – O PCP votou ao lado da direita contra uma lei que limita o número de cargos de confiança política e que reintroduziu a obrigatoriedade de concursos nas nomeações de dirigentes intermédios;
• Consagração das associações dos utentes do sector de saúde – O PCP e Os Verdes foram os únicos grupos parlamentares que não votaram favoravelmente;
• Limitação do número de mandatos dos presidentes de órgãos executivos das autarquias locais – O PCP votou, isoladamente, contra.
2 comentários :
O pcp, é a vergonha nacional. Apoiante de regimes ditatorias e fascistas,como; cuba, c.do norte, china, zimbabué, mongolia,etç. Onde os direitos humanos, as liberdades e a democracia são letra morta. Representam, em paralelo com o nazismo, o pior que se abateu sobre os povos nos tempos modernos.
Parece que a Luísa Mesquita descobriu tudo isso a tempo e foi severamente punida. Coitada...
Terá assinado o compromisso, que agora violou, sob coacção física? Ou de olhos vendados, sem ter lido o seu conteúdo?
Maldito 25 de Novembro, que instaurou o maldito comunismo em Portugal...
Zé Simplório.
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