“Actualmente, as disputas entre gangs e o tráfico de pessoas reformularam a criminalidade. Ainda assim, o número de homicídios diminuiu de forma significativa entre 1998 e 2007, estando confinado aos negócios dos vários tráficos e aos tradicionais casos passionais.
A preponderância mediática do crime, que dá uma imagem de grande insegurança, não resulta do descontrolo do fenómeno criminal. Ela resulta, antes, da notória falta de interesse da sociedade portuguesa por outros temas.
Os desafios do futuro na política, na economia, na ciência, na cultura e na ética são assuntos menos atraentes. Por isso, as primeiras páginas dos jornais falam sobre crimes e as páginas interiores anunciam, liberalmente, ofertas duvidosas.”
domingo, dezembro 16, 2007
Sugestão de leitura
Fernanda Palma escreve sobre O país penal no Correio da Manhã. Eis uma passagem:
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2 comentários :
Estou essencialmente de acordo com a Ilustre Autora. Infelizmente, a triste realidade é que a maioria dos portugueses estão completamente estupidificados pelas TVs. Antigamente dizia-se que só se interessavam por Fátima, fados e bola; agora é por Fátima, crimes de sangue e bola.
Nada do que é verdadeiramente importante lhes interessa. Por isso, e mudando um pouco de assunto, sou contra um referendo sobre o tratado europeu; se se fizesse tal referendo, a maioria não iria sequer votar; e os que votassem, não fazendo a mínima ideia da importância do tratado, votariam não ou sim conforme estivessem ou não descontentes com o Governo.
Faço no entanto uma reserva: o sentimento de insegurança dos portugueses resulta também, e até principalmente, daquilo que as Polícias e o MP desprezam, chamando-lhe "pequena criminalidade": os roubos de automóveis, os assaltos nas ruas, os assaltos a residências e pequenos estabelecimentos,etc. O cidadão comum, e muito bem, está muito mais preocupado com o perigo de levar uma facada do que com o facto (esse sim, "grande criminalidade"!) de saber se tal director de tal clube de futebol meteu ou ou não uma menina na cama do árbitro.
Ora a verdade é que a polícia não patrulha as ruas; se roubam o automóvel a um cidadão, a polícia, entretida a caçar multas de trânsito, não faz rigorosamente nada para o encontrar. Daí que os cidadãos tenham realmente alguma razão para se sentirem inseguros.
Bem visto.O problema existe fundamentalmente na imprensa que continua a manipular as gentes de forma descarada.
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