Santos Cabral, juiz conselheiro e ex-director nacional da PJ, considera que Almeida Rodrigues “tem todas as condições para dirigir e fazer singrar a Judiciária, num momento algo conturbado na vida da instituição”.
O presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses não pensa assim e passou o dia a falar para tudo o que é microfone. Numa reacção típica de um corporativismo desvairado, António Martins vê a escolha de um alto quadro da PJ para dirigir a instituição como uma forma de a politizar.
Convém avisar o dirigente sindical de que a PJ sempre foi um serviço na dependência do Ministério da Justiça — e que a independência dos juízes e a autonomia dos procuradores resultam da posição que lhes é conferida no âmbito do aparelho judiciário (e não fora dele). Ou no CEJ aplicam-lhes os santos óleos que os tornam a eles, e só a eles, imaculados?
De resto, António Martins deveria evitar meter-se por esses atalhos. Ele foi adjunto de Fernando Negrão quando o actual deputado e vereador do PSD era director nacional da PJ. E todos nos lembramos como acabou aquela liderança bicéfala. O editorial de hoje do Público recorda-o: “Fernando Negrão cessou funções devido ao caso da Universidade Moderna e, igualmente, à revelação de escutas de conversas com uma jornalista.”
8 comentários :
A não acusação de Negrão foi uma página negra da Justiça Portuguesa.
Quando acabar a comissão do actual diector, para onde volta ele?
Quem é o seu patrão?
A quem é que tem de agradar para, no fim do mandato, continuar a tê-lo para cervejas e termoços?
A pessoa em causa não é dessas. É que é só uma questão de princípio.
No CEJ não se aplicam santos óleos, mas também não se praticam cerimónias iniciáticas.
Cultiva-se o espirito de independência e de isenção mas, nos dias que correm, esses valores não são bem digeridos.
Vá-se lá saber porquê.
Aplicam-se sim, santos óleos, ouro, incenso e mirra.
Só desta forma se percebe o julgamento e absolvição de Fernando Negrão pela juíza desembargadora Margarida Blasco.
Foi de truz!
Não consigo compreender essa posição de António Martins, presidente do sindicato dos juízes.
Era melhor que ele explicasse.
O que é que ele quer dizer com politizar a Polícia Judiciária?
A escolha do respectivo director é uma opção política. Obviamente.
Mas o director da PJ não é um político. E este não é de certeza mesmo. É um polícia de carreira, licenciado em Direito.
Eu sei que desde Fernando Negrão nunca mais houve um juiz como director da PJ. Tal sucedeu até por decisão do Conselho Superior de Magistratura, que entendeu ser isso desaconselhável depois da passagem desastrosa de Fernando Negrão pela PJ.
O que é que António Martins pretende?
Defender os juízes, como deveria fazer na qualidade de presidente do respectivo sindicato?
Ou apenas tentar salvar a imagem do seu mestre Fernando Negrão, dizendo que todos os que lhe sucederam no cargo são piores?
Este sr.juiz tem um discurso muito semelhante ao do cluni. Será que são colones?
A defesa do corporativismo é a luta essencial e única desta gente.
Manter os previlegios dourados e cheios de pregaminhos é a única estrada que percorrem.
Incapazes de apresentar propostas coerentes e válidas para a justiça. Só critica negativa num discurso monocordio e incolor. Muito fracos.
Pela primeira vez tenho de dar razão aos lacaios aqui do blogue.
Não vejo razão para as polícias não serem chefiadas, todas, por um polícia.
Ninguém percebe melhor da polícia que a própria polícia.
E menos ainda vejo razões para um magistrado opinar sobre uma opção que é do Governo, em exclusivo.
Meu Caro Comu-nista,
É isso mesmo.
O António Martins do Sindicato dos Juízes tem um discurso igual Cluni, do Sindicato do Ministério Público.
Talvez sejam mesmo clones.
Com uma diferença.
O António Martins tem de prestar constante vassalagem ao mestre Fernando Negrão. Por isso, tem de dizer constantemente que o melhor director de sempre da PJ foi o arguido Negrão, magnificamente ilibado.
Pelo contrário, o Cluni não presta contas a ninguém. Ainda é mais poderoso do que o próprio Procurador-Geral da República.
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