quarta-feira, junho 04, 2008

Leituras

Rui Ramos, Uma página para a frente, duas para trás (no Público de hoje):
    “Há quem, como tratamento, recomende ao PSD a adopção urgente da fórmula política que anima as direitas europeias mais bem sucedidas: o PSD devia transformar-se num partido para os liberais e conservadores que estão à direita do PS. É uma óptima ideia, que só tem este problema: o PSD já é um partido de direita, para liberais e conservadores. Como votou a maioria dos deputados do PSD no caso da lei do aborto? Como teria votado a maioria dos conservadores. O que dizem os líderes do PSD sobre o papel do Estado? O que os liberais costumam dizer. E onde se situam os eleitores do PSD, quando sondados acerca da sua posição no leque político que vai da direita à esquerda? Segundo um estudo recente, muito mais à direita do que os do CDS.”
Vital Moreira, Manter o rumo, na tempestade (no Púbico de ontem, mais tarde ou mais cedo aqui):
    «(…) Concluído o essencial das inóspitas reformas do sector público e registado o notável sucesso na saída da situação de "défice excessivo", era chegada a altura de tirar partido do crescimento da economia e do emprego, da folga das finanças públicas, da descida de impostos e do aumento das despesas sociais e do investimento público. O crescimento de quase 2 por cento registado em 2007, os indicadores de aumento do emprego, a anunciada redução do IVA e a implícita promessa de uma redução ulterior, tudo isso alimentava fundadamente a esperança de um círculo virtuoso de crescimento económico e de investimento público, de aumento das receitas fiscais e de despesas sociais.

    Esse quadro está decididamente prejudicado pelo impacto da crise financeira e sobretudo da imparável subida do petróleo, com efeitos no encarecimento do crédito, dos transportes e das actividades mais dependentes dos combustíveis, e indirectamente de toda a economia (…).

    Há duas maneiras de reagir a esta emergência política.

    Uma consiste em recorrer a medidas avulsas de curto prazo para tentar salvar as perspectivas eleitorais, sacrificando os resultados alcançados até agora na reforma do Estado e na disciplina das finanças públicas. Tal seria o caso, por exemplo, da intervenção administrativa nos preços dos combustíveis ou da redução substancial da sua carga tributária, da cedência às reclamações de tratamento especial dos grupos e sectores mais directamente afectados (como os transportes ou o sector da pesca), de suspensão das decisões em curso de implementação (por exemplo, a imposição de portagens em algumas Scut).

    Outra via consiste, pelo contrário, em assumir como irreversível o novo "choque petrolífero" e, embora atenuando o impacto da crise sobre os sectores económicos e sociais mais vulneráveis, preparar o país para um novo paradigma económico definitivamente assente sobre o petróleo muito mais caro (…).»

4 comentários :

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Unknown disse...

O PM deve deixar os milagres para os outros e acreditar que o povo acredita na Razão e já não se deixou de crer em milagres
J

Anónimo disse...

Num exame de Físico-Química

- Qual a diferença entre solução e dissolução?

Resposta:

- Se colocarmos um membro do governo em ácido sulfúrico e esperarmos um pouco, temos uma dissolução.

- Se fizermos o mesmo com o todo o governo, passamos a ter uma solução.

Anónimo disse...

VOTO NO ULTIMO PARAGRAFO.

NÃO HÁ MILAGRES. EM DEMOCRACIA PODEMOS RESMUNGAR E CRITICAR.

EM ditadura, COMEMOS E CALAMOS.

HÁ ALTERNATIVA? CLARO QUE NÃO. A NÃO SER QUE ALGUM DESSES chicos ESPERTOS TENHAM LÁ POR CASA UM POÇO DE PETROLEO.