- “Cavaco Silva continua a cobrir, com pequenas intervenções, as aventuras verbais de Manuela Ferreira Leite. Por enquanto, tenhamos a fraqueza gentil de levar o facto à conta dessa outra fraqueza gentil que é a amizade.”
- Nuno Brederode Santos, no DN de hoje
A fazer fé no que dizem o Sol e o Público, Manuela Ferreira Leite terá ganhado um insuspeito aliado — nada mais, nada menos do que o Presidente da República.
A aliança não é surpreendente em razão da proximidade pessoal, mas tem aspectos incompreensíveis.
Quando primeiro-ministro, Cavaco Silva celebrizou-se (1) por pedir que o deixassem trabalhar, (2) por chamar forças de bloqueio a todos quantos roçavam ao de leve nas competências executivas do Governo e (3) por ter levado a cabo uma política de obras públicas vastíssima (Centro Cultural de Belém, início da Expo, auto-estradas, etc.).
Mas mais importante do que isso é a falta de credencial constitucional para o Presidente da República intervir na política de obras públicas. No artigo 133.º e seguintes da Constituição da República Portuguesa, nem por sombras se encontra uma norma que justifique uma ingerência presidencial na política de obras públicas do Executivo.
Por isso, aqui vai uma proposta: vamos recuperar, agora nas vestes presidenciais, o pensamento cavaquista dos anos 85-95?
9 comentários :
O presidente sá tem que cumprir a constituição e nada mais, ou seja, COMPETE AO GOVERNO GOVERNAR E DECIDIR O MELHOR PARA O PAÍS.
Quem se sujeitou ao voto para governar foram os partidos.Entre eles o PS teve um voto maioritario, para governar uma legislatura. É tão simples como isto.
Parece-me que o presidente começa a dar uma ajudinha à manela. Vamos assistir ao resurgimento do PRD? Mas na pele do ppd? Seria escabroso tal procedimento do presidente. A ver vamos.
Fazem uma bela dupla.
Se são, ou não, uma parelha de delinquentes "on verra".
"In dubio por reo" - "Depois do Pontal" falamos... como O José Manuel Fernandes, Graça Franco & friends.
A dupla de betão está a partir por causa das obras públicas.
E esta hein?
O PS ganhou para fazer ua política diferente.
Mas quem governa não foi eleito e faz o que quer, uma política mais à direita que o PSD.
Porrada nesses lacaios todos.
Domingo, 6 de Julho de 2008
Manobras oposicionistas
À falta de uma estratégia política que se perceba ganhadora, sem opções claras nem alternativas, com a percepção dos vários intérpretes de Manuela Ferreira Leite de que a mensagem de credibilidade está em perigo, pela falta evidente de outra coisa que não a ideia-ordem do país não ter dinheiro para nada e que é preciso acabar com as obras públicas, os opositores de direita ao governo, leia-se o Público e o PSD, estão a delinear outra manobra.
É assim que hoje o Público arranca com a notícia do azedume entre o Presidente da República e o Primeiro-Ministro motivado, vejam bem, pelo facto de Cavaco Silva estar contra as obras faraónicas prometidas pelo governo. Há inúmeras interpretações sobre frases ditas pelo Presidente, recados dados a Sócrates ao longo da semana, quanto ao endividamento público e à falta de apresentação dos custos das tais obras.
Acredito cada vez menos no que dizem os jornais, muito menos no Público. Mas se isto é verdade é uma triste notícia para todos: para Cavaco Silva pela intolerável ingerência na acção governativa e pela sombra protectora a Manuela Ferreira Leite, para o governo que vai ter o maior partido da oposição liderado por Belém, para Manuela Ferreira Leite porque nunca mais ninguém a olhará como uma líder política autónoma, dependendo das asas presidenciais.
Entretanto, não sei porquê, Marcelo Rebelo de Sousa insiste na ideia do Bloco Central.
Alguém pediu coerência no PSD?
Temas: política
publicado por Sofia Loureiro dos Santos às 22:20
O Cavaco quer a prima no Governo.
Ele já tinha dito que queria a cooperação estratégica. Ninguém percebeu mas ele agora está a mostrar o que é. A Manuela quer lá saber que a tratem como um peão menor nesta guerra.
A direita está toda escondida atrás do bolo-rei de Boliqueime.
Cá para nós o Cavacão não quer fazer 2º mandato. Pensem nisso.
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