quarta-feira, julho 16, 2008

Patrão fora, dia santo na loja


O editorial do Público de hoje não é subscrito pela alucinada mão de José Manuel Fernandes. A tarefa coube a Manuel Carvalho:
    “Pode-se culpar Vítor Constâncio, Sócrates ou Teixeira dos Santos por excesso de confiança, mas, em bom rigor, há seis meses apenas era muito difícil imaginar que o enquadramento externo tivesse tantas repercussões negativas na economia nacional como veio a acontecer. Nem cépticos do calibre de Medina Carreira conseguiriam acreditar que o preço médio do petróleo evoluísse de uma média de 73 dólares em 2007 para 123 dólares em 2008; ou que a turbulência dos mercados financeiros observada a partir da segunda metade do ano transacto se acentuasse como se acentuou.

    Se previsões não passam disso mesmo, de previsões, se a ciência económica se transformou nos últimos anos numa disciplina cada vez mais vocacionada para o totoloto, há, por outro lado, vários trechos do boletim do banco central que teriam sido muito úteis a José Sócrates no debate do estado da nação, ao contrário do que sugere o lamento do PCP. "É de sublinhar que numa pequena economia aberta fortemente integrada com o exterior, como a portuguesa, o enquadramento internacional tem um papel fundamental, nomeadamente no que respeita à transmissão de choques à escala global", lê-se, por exemplo, a determinada altura. Por muito legítimo que seja usar a crise para desgastar politicamente o Governo, o BdP confirma o que meio-mundo já suspeitava: desta vez, e mais do que em anteriores choques externos, a crise foi-nos imposta.
Querem ver que José Manuel Fernandes vai ter de regressar apressadamente de férias?

1 comentário :

praianorte disse...

Um artigo de opinião de alguém que está lúcido e não subserviente ao boss.