A líder do PSD já deixou cair a bandeira de que não há dinheiro para nada. Agora, Ferreira Leite ficou a remoer no argumento de Sócrates de que a maioria dos investimentos públicos seria realizada por privados, o que seria a demonstração de que estão em causa investimentos que criam valor. Depois de muito matutar no assunto, alguém lhe soprou ao ouvido: — E os riscos, Manuela? Escreve, então, a senhora:
- “Para que tal aconteça, é necessário que o investimento seja 'bom', isto é, que crie valor.
Nesta medida, o interesse de investidores privados por empreendimentos públicos poderia ser um bom indicador de que estes seriam rentáveis e, como tal, benéficos para o crescimento do país.
No entanto, este raciocínio tem subjacente uma questão fundamental e decisiva: como se fará a distribuição dos riscos?
Se num investimento público, o Estado assumir todo o risco, o interesse dos privados por esse investimento não resulta da perspectiva da rentabilidade do projecto, mas da garantia de se tratar de uma iniciativa de que nunca resultarão prejuízos.”
O risco é, no caso das concessões, todo dos privados. Veja-se o caso da Brisa, uma concessionária de auto-estradas, que, nos últimos dez dias, teve perdas que lhe retiraram mais de 1,3 mil milhões de euros de valor de mercado. Estará convencida a Senhora Dr.ª Manuela Ferreira Leite que o Estado vai ter de ressarcir a Brisa das perdas?
Para além desta pequena confusão em que se baralha com os modelos de financiamento, a líder do PSD só vê — e mal — um lado dos lados da questão: o do custo dos investimentos. Nem uma palavra se lhe arranca sobre os benefícios dos investimentos. E isto, por muito que lhe custe, também se mede.
1 comentário :
E quer esta senhora governar-nos. A mim não me governa, se depender de mim.
Cumprimentos.
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