Não tendo posto os pés na festa do Pontal, a elite “bem pensante” do PSD escolheu um motivo que não lhe é particularmente caro para a rentrée: a segurança.
Advogados portuenses que bebem do fino, contabilistas idosas e estalinistas arrependidos, que habitualmente não se preocupam com este tema por o considerarem populista e próprio de desqualificados como Portas ou Menezes, aperceberam-se de que podiam cavalgar a onda mediática da insegurança.
É claro que não se lhes conhece uma ideia ou uma proposta sobre o assunto. Mas isso não interessa. A velha líder do PSD teve uma observação brilhante na coluna quinzenal que mantém no Expresso: na Europa há mais riqueza e mais crime do que em Portugal, mas o país está a aproximar-se mais rapidamente da Europa nos níveis de criminalidade do que nos níveis de riqueza.
A velha senhora não sabe porquê, nem faz a mais pequena ideia do que se deveria fazer para tornar o país mais rico e mais seguro. Também não pode ela esperar ajuda de um advogado mais habituado à retórica da barra e à defesa de clientes abastados do que ao trabalho pelo bem comum.
O tiro de pólvora seca do PSD teve, porém, uma grande virtude. Mostrou-nos a todos que Manuela Ferreira Leite não se distingue, no essencial, dos que a precederam na liderança do PSD: não tem uma ideia para o país, mas ocupa o espírito, integral e obsessivamente, a congeminar estratégias para tomar o poder no partido e no país. Nos últimos dias, António Borges explicou para quê.
1 comentário :
Não concordo com a última frase.
No meu humilde entender de alentejano parece-me que a Manuela Ferr.ª Lêti não está preocupada em conquistar o Poder, porque dá toda a sensação de estar contente com o que já exerce.
E que, bem vistas as coisas, até não será assim tão pouco, pelo menos quando comparado com o do Zé Sócratis...
O Pap'Açorda.
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