Mais rápido do que a sua própria sombra

"A margem que o Governo encontrou, a diferença de 1,5 para os 2,2 por cento de défice, deveria ser usada em medidas de emergência social, por um lado, mas essencialmente no apoio à economia real. Vai ser usada em investimentos de larga escala e isso nós criticamos claramente."

Paulo Rangel, que anunciou hoje que o seu partido tem "uma posição claramente crítica" em relação à proposta de Orçamento do Estado para 2009

Os meus parabéns ao Dr. Paulo Rangel — pela rapidez e pela clareza de raciocínio. O PIDDAC tem 643 páginas, mas o líder parlamentar do PSD não precisou de mais do que umas horas para encontrar aí “investimentos de larga escala”.

De qualquer forma, como é conhecida a ladainha do PSD, lá fui à cata dos grandes investimentos: o aeroporto de Alcochete custa zero (0) em 2009, a alta velocidade tem um orçamento de 14,4 M€ e as novas concessões rodoviárias não têm qualquer impacto orçamental. Isto para um total de 4 mil M€ num programa de investimentos e despesas de desenvolvimento da administração central que se aplicará nos 308 municípios do país.

A não ser que Paulo Rangel considere que são “investimentos de larga escala”, por exemplo, os 5.000 € para a GNR de Joane, ou do Gerês, ou do Prado, os 5.000 € para a requalificação de Penacova, os 5.000 € para o centro histórico de Figueiró da Granja, os 5.000 € para o Centro de Emprego de Elvas e de Gondomar. Já não digo nada.