Depois de há uns meses ter dito que «Não pode ser a comunicação social a seleccionar aquilo que transmite», a doutora Manuela imaginou agora que o Governo tinha ordenado à Agência Lusa que enviasse um jornalista a Madrid procurar socialistas que a atacassem.
Esta maneira de pensar começa a revelar-se um padrão. Para a doutora Manuela, os jornalistas devem resumir-se a um papel de moços de recados, o que, bem vistas as coisas, já tinhamos percebido pelo incómodo, verdadeira comichão, que a liberdade de imprensa causa ao seu inspirador dilecto, mais uma vez ausente da Marmeleira fazendo-se passar por Judeu Errante.
A Verdade, assim com V maiúsculo, que parece ser agora o cavalo de batalha de outro dos seus dilectos inspiradores, passaria, caso a doutora Manuela chegasse um dia ao poder, a ser diariamente discutida e debatida em Conselho de Ministros e depois difundida à cidade e ao mundo por batalhões de "jornalistas" alinhados.
Para que esta utopia pacheco-manelista se concretize falta, porém, um instrumento essencial - um TGV. Sim, um TGV. Para que a doutora Manuela, sempre que o desejasse, pudesse mandar um jornalista ao Porto, a Madrid, ou mesmo a Bruxelas, em busca da Verdade.
E é por isso mesmo que, como bons amigos, devemos aconselhar a doutora Manuela a ter paciência. A deixar que os outros façam o trabalho duro, de construir estradas, aeroportos e linhas de Alta Velocidade. Segundo li nos jornais, lá para 2015 ou 2017 deve estar tudo prontinho. Aí sim, talvez a doutora Manuela e os seus "jornalistas" tenham finalmente condições para desenvolver o seu trabalho.
Contributo do João
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