Publicado no Expresso de ontem
Sobre as agências de rating em geral, e a Standard and Poor’s em particular, já foi suficientemente referido como elas contribuíram para a “situação de calamidade em que se encontra hoje a economia mundial”, ao esconder o lixo tóxico que contaminou o sistema financeiro mundial. Pedro Adão e Silva faz alusão, no Semanário Económico, aos esforços, realizados a nível internacional, para substituir estas descredibilizadas agências por “uma entidade global, transparente, sujeita à sindicância democrática e, muito relevante, concentrada na defesa do bem comum.”
O que agora surpreende é que, na sequência dos rasgados elogios de Pacheco Pereira às conclusões da Standard & Poor’s (S&P) na última Quadratura do Círculo, a Dr.ª Manuela recorra às conclusões desta empresa para justificar o que defende para a economia portuguesa.
Então, que críticas faz a S&P à economia portuguesa? Sigamos o que diz Trevor Cullinan, “analista para Portugal da S&P”, em entrevista publicada no Diário Económico de 22.01.2009 [p. 4/5, sem link]:
- 1. Não podendo Portugal alterar as taxas câmbio [“ter taxas de câmbio atractivas”, diz o Sr. Cullinan] por fazer parte do Euro, a S&P quer que Portugal faça “uma redução dos salários nominais” [atenção, ele refere-se mesmo aos salários nominais, e não aos reais].
2. A S&P considera que as “reformas do Governo (…) não foram suficientes.” Esperava despedimentos na Função Pública, redução dos apoios sociais e privatização da saúde e da educação.
- “Em princípio todos [os serviços públicos podem ser entregues à gestão e exploração privada], à excepção das verdadeiras funções de defesa de soberania – a Defesa, a Segurança, a Justiça e os Negócios Estrangeiros. Esses penso que não podem ser entregues a nenhuma gestão e exploração privada. Todos os outros evidentemente podem.”
1 comentário :
Bom tiro e na mouche. Mas quem cre nesse grupo de tarantolas estouvados que nada de positivo tem para nos dar?
A velhota está pifada e o PP não está melhor.Dois velhos que sofrem esclorese metal.
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