domingo, janeiro 25, 2009

Um homem perigoso




O texto de Pacheco Pereira é, em simultâneo, um dos mais patéticos e perigosos textos jamais escritos sobre o sistema democrático, o funcionamento dos mecanismos mediáticos e a justiça.

De uma penada, Pacheco defende o fim do segredo de justiça e incita os media a um autêntico linchamento político, com argumentos que deitam para debaixo do tapete todos os fundamentos daquilo a que a chamamos Estado de Direito.

Mas o texto de Pacheco é ainda mais importante por revelar os "princípios" e os "valores" por que se guia o lunático guru espiritual de uma certa oposição.

Para Pacheco, as pessoas dividem-se entre aquelas que lhe merecem confiança e aquelas que não lhe merecem confiança. Às primeiras, as de confiança, Pacheco nem sequer faz perguntas, nem admite suspeita, nem quer que as incomodem. Às outras, às que Pacheco lança o estigma da desconfiança, também nem é preciso fazer perguntas, nem devem ser ouvidas. Essas nem suspeitas são. São culpadas por natureza. Pouco importa que aleguem direito de defesa, que argumentem, que tenham razão - não interessa, Pacheco não confia nelas, logo são culpadas.

Eis um novo sistema de castas que nos chega da Marmeleira. Isto, sim, é um homem perigoso.


Contributo do João

12 comentários :

António P. disse...

Isto quando se foi m-l estalinista em pequenino...fica para sempre.
Cumprimentos

Anónimo disse...

Pacheco Pereira é de facto perigoso.

É perigoso porque pensa. E pensa bem.

É perigoso porque não tem medo.

É perigoso porque não tem chefes nem patrões.

É perigoso porque tem provas dadas de independência e rectidão.

É perigoso porque assina com o seu nome e diz pela sua própria boca o que pensa.

Helena

Anónimo disse...

Perigoso, de facto.
Porque não entra na coreografia nacional, não é assim?
Porque não alinha na procissão.
Porque estraga o compasso de todos os devotos que pegam ao andor, venham eles de onde vierem no xadrez partidário, mas sustentando zelosos e veneradores a santa-mãe-política e a sua asa rentável e protectora.
Perigoso porque não cala e dá a cara.
E sobretudo muito, muito perigoso, porque sabe o que diz.

Concordo!

Laura

Anónimo disse...

à Helena do post anterior:

PP é perigoso porque perde a lucidez.
PP é perigoso porque, não precisando economicamente de ter chefes e patrões,acha que pode acusar, insinuar sem provas nem fundamento.
PP é perigoso porque não é nem independente (veja-se a forma aluicinada como apoia F. Leite), nem tem rectidão (veja-se a falta de honestidade intelectual com que comenta os factos).
PP é perigoso porque "sopra" a F. Leite o que ela deve dizer e pensar, correndo o país (livra!) de vir a ser governado por PP, através de interposta pessoa.
Clara

Anónimo disse...

Apoiar Ferreira Leite é uma prova de lucidez, ao contrário do que diz. Ferreira Leite é uma mulher de indiscutível probidade, realista e que não vai em cantigas de operações de marketing.

Não vejo onde é que está a alucinação.

JPP não acusa nem insinua nada sem provas nem fundamento. O que diz no texto que deu origem a este post é que pelas sucessivas dúvidas fundadas sobre a honestidade de José Sócrates, não confia nele. Não há aqui nenhuma acusação ou insinuação.

E JPP tem razão, quanto a mim. Em todos os casos, o da licenciatura, o dos projectos assinados por favor e neste Freeport há muitas coisas que não batem certo e as explicações que dá são sempre "coxas". E não é só nestas matérias que a suspeita aparece.
Sócrates é um manipulador nato.

Pacheco Pereira é perigoso para Sócrates e para os seus assessores e apaniguados porque diz o que pensa e é ouvido por muita gente que também pensa e concorda com ele.

Luís Marques

Anónimo disse...

Para se avaliar Pacheco Pereira é de comparar o que ele dizia no Flashback da TSF, em tempo de governo Cavaco, contra a "república de juízes" (havia processos judiciais, suspeitas + Independente) e o que dizia sobre a devastação do quadro político em Itália e ver o que defende agora.
Pacheco P. adapta as suas "teses" às circunstâncias do momento,conforme é conveniente para a sua facção no PSD. Faz isso sistematicamente. É um dos maiores oportunistas dos "opinion makers". Ninguém repara nisso?

Anónimo disse...

Pacheco um parasita serventario dos patrões dos media ligados ao ppd. Mais, escreve aquilo que lhe pedem para escrever.O tipo é um nojo como homem e intelectual de sarjeta. Alguém com lucidez vai na conversa da treta de um imbecil desse tamanho? Que o lê fica mais burro e fascista.

Burns disse...

o que eu gostava de ver discutido é se o pacheco pereira esta a mentir e nao se gostam dele ou nao
isso é que era importante ou alguem ficou esclarecido com as explicaçoes do PM no caso da licenciatura , dos projectos ou do freeport????
isso é que é importante tudo o resto é espuma para entreter

contributo de matilde

José Silvério disse...

Independentemente daquilo que se possa achar do JPP, o certo é que neste caso concreto creio não se poder discordar daquilo que ele escreveu. É que o PM já demonstrou não ter qualquer pudor em mentir, e não falo sequer do facto de não cumprir promessas eleitorais. Falo mesmo de falta de carácter, assim, mais coisa menos coisa, que o Lino, aquele que, veja-se, veio defender a honra do PM. Ou então do Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares (e quanto a este basta lembrar o que disse na campanhã para as presidenciais).
É por tudo isto que, neste caso concreto, o JPP tem toda a razão.
O nosso PM não é homem de palavra e por isso não se pode confiar numa pessoa assim.
José Silvério.

Miguel Abrantes disse...

José Silvério

Sabe melhor do que eu que o que escreveu não é um comentário. Para a próxima. justifique o que diz, pode ser?

José Silvério disse...

Miguel Abrantes:
Ao contrário daquilo que possa achar, eu leio este blogue porque gosto e entendo que o mesmo faz sentido quanto ao exercício do direito de opinião, apesar de muitas vezes não concordar com o que leio.
Agora, quanto ao que escrevi pode crer que foi um comentário apenas. Comentei o que li e aquilo que o JPP, com o qual discordo muitas vezes escreveu.
Em relação ao nosso PM, e também ao contrário do que já escreveram acerca da minha pessoa, eu não tenho nada contra ele, nem sequer sou de direita (ou até mesmo de esquerda).
O que escrevi em relação ao PM tem haver com os factos que são públicos (desde o início da legislatura), sendo certo que, como sabe, não estou só, antes pelo contrário, nesta forma de pensar.
Ainda assim, sempre lhe direi que nada me move contra o PM (nem contra, nem a favor).

Miguel Abrantes disse...

José Silvério:

V. não justifica nem uma só das suas afirmações. Vendo bem, nem afirma: deixa apenas cair insinuações soltas e vagas. Crie um blogue e aí faça o que quiser com ele.