domingo, fevereiro 15, 2009

“Inconfessado (?) desejo de incriminação”

Joaquim Vieira, o provedor dos leitores do Público, ouviu José Manuel Fernandes sobre as queixas relativas ao tratamento dado ao caso Freeport. O director do Público compôs uma resposta em que conjuga falsidades e meias verdades: por exemplo, relaciona um acto administrativo (o licenciamento) com a aprovação de um diploma, o qual, como já foi mil vezes repetido, nunca poderia ter efeitos retroactivos.

Tanto bastou para que Joaquim Vieira escrevesse hoje esta pérola: “Tudo muito bem no plano dos princípios — e o provedor nada tem a objectar, de forma genérica, à cobertura do caso feita pelo PÚBLICO.

É claro que, quando abandona o “plano dos princípios” e desce à Terra, Joaquim Vieira se depara com uma ou outra “falha de pormenor” de Fernandes: “A verdade é que se indicia aqui um inconfessado desejo de incriminação de J.S. [Sócrates]. Para bem da credibilidade do PÚBLICO e da seriedade do seu tratamento de tema tão sensível (…), era bom não existir tal intenção.”

Num jornal completamente em roda livre (que apenas rivaliza com a Moura Guedes das sextas-feiras), este provedor dos leitores, que se deslumbra com o “plano dos princípios”, vale ouro — e José Manuel Fernandes sabe-o. É por isso que, no editorial de hoje mesmo, Fernandes faz um apelo patético para que não desistam da Dr.ª Manuela, “porque, da economia aos meandros da justiça, há demasiadas variáveis fora de controlo…

É, de facto, um jornal em que há “um inconfessado (?) desejo de incriminação”, coisa que não afecta o “plano dos princípios” por que se rege o provedor.

6 comentários :

CS disse...

de acordo. Mas precisava Sócrates de outra causa fracturante (agora a eutanásia) para entreter o povo?
Uma análise: http://ovalordasideias.blogspot.com/2009/02/porque-sou-contra-eutanasia.html

Anónimo disse...

É inconfessado porque o Fernandes nunca o disse publicamente. É que dessa forma, Fernandes ainda tem a ilusão de que poderá haver pessoas a acreditar que o Público faz jornalismo. Claro que está à vista de todos que o Público é hoje apenas um panfleto: só existe para agredir Sócrates.

Minilogue

Anónimo disse...

Isso quer dizer que Sócrates mexeu de facto com muitos interesses instalados. Mas a verdade é que Portugal só é viável se mais interesses parasitários forem agitados. Isso só é possível ser feito se houver muita coragem. Sócrates já provou que a tem.

Anónimo disse...

Uma ajudinha ao provedor para melhor discernimento.
Só há notícia quando há novidade. Se não há nada de novo e se repete, repete, repete o que já foi dito e redito (bem ou mal), então não se trata de Informação, mas de campanha. É claro que às vezes se aproveita um pormenor fresco para se adicionar um substancial naco de prosa de arquivo e assim se disfarçar.
No caso, é uma campanha. O "Público" pode fazer uma campanha contra Sócrates e em favor do PSD, pois, como até o insuspeito Carlos Barbosa declarou publicamente, Belmiro Azevedo detesta o primeiro-ministro pelo insucesso do negócio PT. Simplesmente, terá de alterar o seu estatuto editorial (de jornal independente) e de o dizer abertamente aos seus leitores. Até nos supermercados os produtos têm de mencionar com rigor a composição do conteúdo, não é assim?
O apoio de Fernandes à incrível Moura Guedes é um insulto aos bons jornalistas que fizeram do "Público" um jornal de referência. Tão cego anda ele que não se importa de delapidar o que resta do prestígio do jornal?

Anónimo disse...

Parece ter pegado de estaca uma nova moda: criar causas/questões fracturantes (adoro este termo) para distrair o povo. Já a vi escrita e dita de amiúde em tudo que é sitio mais esta patacoada.Vamos ao exemplo da eutanásia. Porventura foi alguém do governo que mandou desligar a máquina de uma italiana que estava há anos em sofrimento? Terão ido a Roma os mesmos jornalistas da Lusa que "viajaram" até Madrid, que o delirio da perturbada Manuela inventou,com a incumbência de encomendar um tema para discussão interna...desviante?
A sociedade portuguesa está cheia de uma cambada de "opinion macker's" que ninguém sabe como surgiram, quem os convidou, que critérios foram seguidos e
se, sobretudo, nos meios da comunicação pagos pelo erário público foi respeitado o principio básico da diversidade e equidade de opinião.Hoje estive a ver um um tal Carlos Amorim, numa merdice denominada antena aberta - só o titulo dá vontade de rir - onde actua e "modera" (mais uma linda palavra) um tal António Qualquer Coisa, que se calhar pensa e entende que pondo uma espécie de cara-de-pau à Eanes "aquilo" lhe confere qualquer credibilidade acrescida.
Já tinha assistido a uma espécie de sessão de "bisca lambida" entre o obeso Amorim e o Quinzinho da Cuf numa outra "pachovada", na RTN, denominada Vice-Versa. (Com intervenientes daqueles o melhor seria mesmo mudar o nome para vice-vice ou versa-versa.) Hoje o doutor Carlos defendeu, além das suas reflexões pessoais, que na opinião dele é importantes e inadiável (na minha não passam de elucubrações de idiota ilustrado) a alteração de Constituição, dando como exemplo que esta, pelo facto de há 30 anos ter havido um deputados sequestrados na própria AR,já ter nascido torta.(Curioso que o Bokassa da Madeira defende o mesmo.) Mas até quando é que nós vamos ter que suportar, quando se liga um televisor, um gajo destes que nos entra em casa e nos ofende a inteligência? Este e todos os (de)mais inteligentes de tourada que inventaram, agora e à pressa, a teoria das "questões fracturantes".. sob encomenda".

Anónimo disse...

Há animais com muito mais descernimento, respeito pelo outro do que esses dois monstros conhecidos por, lambe-botas (jmf) e "boca genital"(mg) que atraves de imprensa de merda, chafurdam e vomitam toda a escarraria infame que alojam na suas mentes.