Logo a seguir, vem o pesimista-mor Medina Carreira que, a abrir, começa por declarar, pela enésima vez, que “o país não tem futuro!”
Medina Carreira compara o investimento no TGV e no aeroporto a uma família já endividada que obtém um novo empréstimo e decide que, em vez de gastar esse dinheiro em livros para o colégio, vai gastar tudo numa viagem a Cancun.
Ora, qualquer pessoa que pare 30 segundos para pensar compreende a falsidade e a má-fé desta declaração. A viagem a Cancun é só gasto, não tem efeitos reprodutivos. Pelo contrário, os investimentos em obras públicas têm (maiores ou menores, mas têm) efeitos reprodutivos e multiplicadores da riqueza. Ou, na linguagem de que o Presidente da República tanto gosta, a viagem a Cancun é só custos (sendo o único benefício o prazer momentâneo que proporciona à família em causa, mas que se esgota nessa semana de férias); o TGV e o aeroporto têm custos, certamente, mas têm também benefícios a longo prazo para todos os que vierem a utilizar tais infra-estruturas.
Para rematar, Medina Carreira aproveita ainda o tempo de antena para comparar este Governo ao ciclista do poço da morte! Ou como lembrava em tempos o Afonso: “Ninguém diz esta verdade, mas, se o Serviço Nacional de Saúde fosse uma coisa minimamente decente, ele [Medina Carreira] estaria internado a expensas do Estado português.”
13 comentários :
Este Medina Carreira é que podia ir para cancun, e ficar por lá.
Só sabe dizer mal, tem tanto fel para destilar que só saem disparates...
Lá terei de concordar com o Afonso!
A verdade doi, não doi. Pois é, é a vida.
por muito que custe a assumir, Medina Carreia diz a verdade, mas nós os tugas, gostamos mais da ilusão.
Quanto aos investimentos públicos, esses devem reger-se pelos critérios dos investimentos privados, relação custo benefício, e aí vemos que não são rentaveis. Mas essa seria uma longa conversa.
É claro que Medina Carreira tem razão, e mais cego que o cego, é aquele que não quer ver.
Pedro
o que o medina carreira não diz é que o governo que esteve mais próximo (e mesmo assim a anos-luz) na implementação das medidas que ele preconiza (redução drástica da despesa com corte radical, até 1/3, do nº de funcionários, etc) é precisamente este. então o porquê do súbito estrelato? (não o tínhamos visto a dizer mal do governo barroso nem do guterres) A resposta é simples: na ânsia de atacar o sócrates os médias dão tempo de antena ilimitado a todos os que o queiram fazer.
Este homem é o máximo. Abençoadas as pessoas que têm coragem para falar o que pensam. Porque a maioria dos nosso políticos são uma data de acagaçados que têm medo de ir para o desemprego. Concordo com o Pedro, os investimentos públicos deviam ser escolhidos com bases nas mesmas regras dos investimentos privados: Valor Actualizado Líquido positivo e uma Taxa Interna Rentabilidade superior à taxa de actualização dos Cash-flows. Depois andam para aí uns cibernautas a dizer que o Medina Carreira tem pena de não ter um tacho. Isto é um atentado ao sr. Ele próprio é o 1º a admitir que não quer!!! Os partidos políticos de hoje em dia não têm essência porque os políticos não são livres de se exprimirem como querem e têm receio de irem para o desemprego. Critiquem antes os governos que tivemos com maioria absoluta, isso sim é que lhes fez mal. Andaram a tomar atitudes tresloucadas e com despesas públicas representativas de um novo riquismo que não passa pela cabeça de ninguém. Exemplo:Auto estradas, TGVs, 3ªs pontes. Só patetices. A única obra que discordo do Medina Carreira é o novo aeroporto de Lisboa. A educação é, também, outra área a melhorar, pois os meninos têm liberdade demais e estão a formar-se num curso de ignorância completa. Enfim, coisas que já sabemos e não vale a pena estarmos aqui a enumerar. Força Medina Carriera.
rodrigo
Rodrigo
Sem dúvida que Medina carreira é dos poucos, em portugal, que não tem medo de falar, e que nos diz a realidade. Eu sei que a situação portuguesa, é pessima, e temos duas atitudes:
a) ou continuamos a assobiar para o ar, como se tudo estivesse bem;
b) ou assumimos a realidade, tal e qual ela é. E aí temos de dar razão ao Medina Carreira.
Ou prefiro viver na realidade, por mais dura que ela seja, do que andar em ilusões, que nos acarraterão enormes desilusões.
Quanto ao novo aeroporto de Lisboa, teríamos uma grande conversa sobre isso, porque há coisas que nunca foram explicadas.
Poderás sempre encontrar-me em
http://oblase.blogs.sapo.pt
Pedro
O Medina é um ressabiado porque o PS o ignora. Mas se estiverem atentos hão-de ver que eles tem uns tachos, ao contrário do que diz.
Muito poderiamos dizer sobre o Medina Carreira, a sua estoria e aforma como ganhou e ganha a vida...
Mas adiante..
Uma nota apenas sobre os "tachos". ha dois tipo de tachos..os de apoio a alguma coisa e os de ataque.
o Sr. Carreira, hoje me dia, não tem um tacho..tem um panelão dos grandes de "ataque". è pago e convidado para dizer mal. è igualzinho aos que recebem para dizer bem.
miguel
Miguel, antes de criticar, aproveito para o aconselhar a aprender utilizar as palavras... É um bom começo para quem quer discutir o que seja. Escreve-se 'História' em vez de 'estória' (neste caso), assim como 'é' em vez de 'è' (neste caso, também. A menos que já tenha incorporado as alterações do acordo ortográfico, protaginizado por este grande Governo. E... Sim, o Medina Carreira tem razão quanto aos alvos da crítica. Não será que o aeroporto pode ser adiado e investir os fundos públicos em sectores que necessitam de liquidez urgentemente? Digo isto porque o aeroporto tem capacidade instalada até 2000 e não sei quantos, enquanto as PME's - que empregam grande parte da população activa, que está agora desempregada - necessitam urgentemente de liquidez. Este é apenas uma exemplo mas há mais, muito mais. Por falar em tachinhos... Mota Engil, ring a bell? BCP? Entre outras que estão totalmente ocupadas pelo centrão e sus muchachos.
O que o homem Mediu - e bem - foi a sua própria Carreira!
( e a reconversão da economia que se impunha há pelo menos 35 anos?
não era preciso, desvalorizavam o escudo e ficavam todos contentes)
Talvez a comparação com a viagem a Cancun tenha sido mal escolhida mas não deixa de chamar a atenção para uma questão fundamental -> a sensatez dos investimentos públicos que Portugal está prestes a fazer.
A questão do aeroporto de Lisboa tem todos os contornos de ser um negócio fabuloso para a clientela do costume que enriqueceu à custa das grandes obras públicas em PT (e digo isto independentemente de cores políticas). Senão vejamos:
(a) primeiro queriam instalar o aerorporto na OTA, a 50KM de Lisboa, nuns terrenos ineptos para a construção daquela natureza, como o LNEC notou. Para além disso, os terrenos pertenciam a um offshore cuja identidade dos sócios era desconhecida. Todo este negócio tinha contornos de favorecimento pessoal por forma a enriquecer a tribo do costume na construção do aeroporto mais as vias de comunicação.
(b) agora querem instalar o aeroporto na margem sul do Tejo num local que obrigará à construção de mais uma ponte com portagens cuja concessão será entregue a um privado. Por que é que me cheira a mais um negócio estilo Jorge Coelho e Lusoponte?
Uma terceira questão impõe-se: os retornos do investimento (que são sempre incertos, pois não podemos prever com razoabilidade e boa fé como vai evoluir o tráfego turistico e de negócios daqui a 50 anos) justificam um investimento desta amplitude? Não basta uma ampliação do aeroporto de Lisboa?
Estas são questões que até agora ninguém respondeu satisfatoriamente pois ainda ninguém ofereceu dados concretos de que o retorno de investimento justifica a sua dimensão.
Caso o retorno não se verifique, teremos mais um elefante branco a juntar a tantos outros que existem neste país como -> CCB, Casa da Música, Expo 98, estádios de futebol às moscas (veja-se o caso do Louletano),.....os exemplos multiplicam-se!
Creio que, tendo em conta o panorama financeiro internacional e a situação das contas públicas do país, são dúvidas legítimas e razoáveis.
Primeiro Ministro mente quanto a necessidade de um novo Aeroporto em Lisboa.
O Aeroporto de Lisboa nao esta esgotado mas precisa de uma gestao eficiente das chegadas e partidas de avioes. O novo terminal 2 veio provar que ainda ha um excedente de capacidade no Aeroporto.
Para as companhias Low Cost podem deixa-las aterrar em Sintra ou Montijo. Mas o Primeiro Ministro nao deixa que as companhias Low Cost aterrem em Sintra ou Montijo prejudicando a economia porque os turistas acabam por nao vir a Portugal!
So porque o Primeiro Ministro quer que todas as companhias aereas aterrem no novo Aeroporto de Lisboa para que este seja rentavel, porque se abrissem uma base Aerea Low Cost em Sintra ou montijo ninguem iria apanhar voos a Alcochete.
Quanto ao TGV é a mesma coisa. O Primeiro Ministro sabe que a linha esta saturada. O Alfapendular qeu trasnporta 300 pessoas de cada vez faz 18 vezes por dia Lisboa Porto sempre cheio.
O Primeiro Ministro vem dizer que como a linha esta saturada que é preciso construir outra linha paralela com o nosso dinheiro, mas ninguem se lembrou que podemos aumentar a capacidade dos comboios que circulam na linha sem fazer obras.
Basta que comprem os comboios de dois andares que trasnportam 1400 pessoas de cada vez a 200km/h nas linhas mais saturadas da Europa. O comboio chama-se o IC2000 e nem sequer seriam precisas obras na linha do Norte e os bilhetes podiam ser mais baratos porque como vao mais passageiros por comboio o preço do bilhete poderia diminuir.
Mas o Primeiro Ministro mente-nos e obriga-nos a fazer estas obras MEGALOMANAS. Se fosse com o dinheiro dele de certeza que nao faria estas obras e aplicaria em escolas, hospitais, nas Universidades ou na reduçao dos impostos.
hfrsantos
Está cheio de razão, na sua análise. Acrescentaria apenas algumas considerações mais:
a)aeroporto - será que alguem tem uma explicação racional para o facto de na PORTELA estar a base militar de Figo Maduro, Para quê?
Se retirarem a base militar para o Montijo, Alverca, etc, ganha-se quse metade do espaço do aeroporto. E com a reorganização desse espaço, talvez a coisa melhore e muito.
b) TGV - este é outro imbuste. O problema é que nós temos um Alfapendular que na linha Lisboa/porto, tem troços onde anda, apenas, a 50km, e não aos 200km que deveria andar. Acrescente-se a isto que na linha do Norte ja se gastaram 900 milhões em remendos. Por isso, é mais barato por a linha do Norte a funcionar na perfeição, nem que se tenha de fazer uma nova, que construir a porra de toda a estrutura do TGV para ganharmos 20 minutos de viagem, que duvido que seja tanto se o alfa poder fazer o percurso todo a velocidade máxima.
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António Rodrigues
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