- ‘(…) as primeiras matérias lançadas pela Oposição para o agendamento denunciam, no mínimo, a intenção de marcar terreno, embora, como todos sabem, com seis meses de estado de graça concedidos pela Constituição ao Governo, o tempo não seja para combates de primeiro grau. Se se esperava que os deputados quisessem, bem depressa, abordar a questão da avaliação dos professores para marcar uma rotura com o que o PS fez na anterior legislatura, dispensava-se, para já, a discussão dos casamentos gay. Há tanta matéria premente a que deitar mão antes disso. Claro que o assunto é incómodo até para o PS e, na óptica do BE, que avançou com ela, permite marcar desde início a superioridade da Esquerda sobre a Direita. Por mim, preferiria que alguém tivesse avançado, por exemplo, com a Regionalização, matéria que, é quase certo, ficará de lado nos próximos anos. Tivesse ela um lóbi e avançaria certamente.
Postas assim as coisas, o tempo vai propício para estes jogos "florais" da política, aqui e ali comandados por grupos de pressão. Faltam poucos dias para o novo Governo aparecer e começar mais a sério o verdadeiro combate. Veremos durante quanto tempo Governo e Oposição aguentam o diálogo e veremos também se algum deles tem pressa de provocar novas eleições. A ver ainda: como e quando vai renascer o PSD; como vai o presidente Cavaco, que com um Governo de minoria tem constitucionalmente outro papel, recuperar da trapalhada das escutas.’
- ‘São experiências inesquecíveis: passar serões em amena conversa com jornalistas. E ouvi-los discorrer sobre situações de que os seus jornais não falarão. Relatando factos que teriam permitido ao cidadão compreender melhor a significação da peça que leram, ouviram ou viram. Evocando quantas vezes declarações "em off" ou identificando as fontes de "cachas" estrondosas.’
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