- ‘Foi com este menino nos braços e um apoio minoritário no Parlamento que o primeiro-ministro indigitado consultou os diferentes oráculos para saber com que votos poderia contar. Os deuses partidários optaram por respostas ambíguas, daquelas que dão para tudo. Mas houve uma deusa que se esmerou. Abriu o livro, benzeu-se e falou assim: comigo não há pactos, não há alianças, não há acordos, não há diálogos, não há nada! Não, não e não!!
Curvemo-nos agradecidos: Ámen...’
- ‘Em tempos, para um debate televisivo, elaborei uma lista de críticas ao Governo. O debate ficou-se por generalidades e a lista foi para a gaveta. É uma boa altura para a recuperar, agora que se inicia um novo ciclo.’
- ‘Por agora o principal é fazer os possíveis por apoiar a criação de emprego. Com alguma sorte, isso produzirá um círculo virtuoso, em que uma economia em melhoria reforça os bancos, que se mostrarão mais dispostos a conceder empréstimos. Além disso, precisamos de aprovar uma reforma financeira eficaz. Se não o fizermos, os banqueiros começarão a assumir riscos ainda maiores que antes da crise. Afinal a lição dos últimos meses é clara: quando os banqueiros jogam com o dinheiro dos outros, se sai caras, ganham; se sai coroas, o resto das pessoas perde.’
- ‘Uma onda vale milhões de euros e em Portugal o potencial das ondas é imenso. Num paper recente, Pedro Bicudo e Ana Horta (do IST) estimam que uma onda de qualidade possa ter um impacto no turismo na ordem dos 100 milhões de euros anuais. Faz sentido. Não apenas o número de praticantes em Portugal tem crescido bastante, como, numa sondagem recente, 90% dos europeus escolhiam o surf como o desporto que mais gostariam de experimentar. Da África do Sul à Indonésia, passando pelo País Basco, há localidades que se transformaram radicalmen- te porque tinham condições óptimas para o surf. Jeffrey's Bay, Uluwatu ou Mundaka são lugares prósperos porque se reconverteram de longínquas terras costeiras em destinos turísticos de surf. Com ganhos evidentes: desenvolveram-se (preservando a sua identidade) e encontraram um equilíbrio ambiental, obrigadas a proteger um recurso natural - uma onda de excelência. Há várias ondas em Portugal que podem funcionar como pólo de atracção do turismo de surf.’
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