segunda-feira, novembro 09, 2009

“A investigação criminal é incompatível com a exibição, o espectáculo, o palco”

• Eduardo Maia Costa, juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça, sobre a Face demasiado visível:
    Cada vez gosto menos destas investidas anti-corrupção aparatosas, com nomes de código próprias de filmes policiais negros, detenções acompanhadas mais ou menos em directo pelos jornalistas, muito alarido todo o dia nos diversos canais de TV, repórteres em permanência à porta dos tribunais à espera da saída dos detidos, atropelando-se uns aos outros para serem os primeiros a dar a notícia das medidas de coacção, a divulgação intensiva da fotografia dos políticos envolvidos (já de alguma forma condenados...).

    Sabemos que o Zé Povo está ansioso por encontrar "culpados" para sobre eles descarregar todas as desgraças que o sobrecarregam. E que a luta contra a corrupção é um tema altamente rentável para a comunicação social.

    Mas a investigação criminal é incompatível com a exibição, o espectáculo, o palco.

    Há que pôr termo a estes procedimentos exibicionistas, que não são correctos (para dizer o mínimo), e que, pelas expectativas que geram junto da opinião pública, expectativas que ninguém pode garantir que sejam cumpridas, acabam por acumular ainda maior frustração na população.

5 comentários :

Anónimo disse...

Ah pois é ....

josé neves disse...

Caro,
Só para dizer que ao pé deste exibicionimo, tipo trabalho de menina no varão em casa de alterne, as acções da ASAE são de meninos de coro.

Caty Waves disse...

Ouvi hoje alguém sair-se com esta para outro pessoa:

«-Um cházinho de “Loureiro” e isso passa ok.
A não ser que prefiras andar sempre com a “Vara” na boca.»

Àparte os trocadilhos, até porque até prova em contrário nem Vara ficou com 10 mil euritos nem Loureiro sacou uns milhõezinhos de contos, tostões e milhões como dizia o outro, eu acho que antes de tudo poderíamos reflectir sobre o 1º Crime já comprovado. Qual é ele, perguntam os apedrejadores?
É aquele que está a ser sistemática e diáriamente cometido pela própria..Justiça!
Ao violar o Segredo de Justiça, a Justiça portuguesa não se dá ao respeito e não zela pelo seu “bom” nome.
É evidente que o povo ao ver a Justiça actuar assim criminosamente, ela própria a violar toda a ética e conduta, é óbvio que o povo percebe que ela está a ser orientada contra partido(s) e pessoa(s) em concreto.
Com a sociedade da informação actual, onde tudo é escrutinado só um parvinho é que não entende. Óbvio.

Anónimo disse...

Tudo é escrutinado?
De certeza?
Absoluta?

Anónimo disse...

Também não deixa de ser interessante que quem lê os comunicados à imprensa seja sempre o próprio juiz presidente do tribunal da comarca. Será que o Meretissimo Juiz Paulo Brandão também anda à procura de protagonismo?