terça-feira, dezembro 08, 2009

Disparates (3)



Manuel Carvalho, director adjunto do Público, aplaude a comissão de inquérito do PSD à Fundação para as Comunicações Móveis (FCM).
Porque - diz - o caso é sério. As fragilidades do processo, as dúvidas sobre o cumprimento da lei e a falta de transparência com que a fundação é gerida têm de sair do sussurro e ser abertamente escrutinadas e debatidas. O essencial já se sabia desde a denúncia de Paulo Rangel. Mas há outros indícios que ensombram a situação. Transferências financeiras não previstas, lucro esperado que se transforma em défice, despesas mal explicadas, contas que exigem informação e clareza.

De facto, reina alguma confusão à volta da famosa FCM. E o Público que Manuel Carvalho dirige poderia ajudar ao esclarecimento do povo, não fosse a ignorância, incompetência ou má-fé que ainda grassa no jornal, apesar da desfernandização.
Veja-se o excerto de um gráfico publicado na mesma edição em que Manuel Carvalho se indigna.
Como é possível que um jornalista escreva que um computador de 800 euros seja pago pelos utentes (150) e pelo Estado (650), quando o objectivo do programa é que as operadoras de telemóvel utilizem as famosas contrapartidas precisamente no financiamento dos computadores e no fornecimento de internet? Como será possível que o jornalista não tenha percebido que aqueles 650 euros não serão pagos pelo Estado, mas sim pelas operadoras?

7 comentários :

Anónimo disse...

Parece que a inteligência é coisa que continua rara nesse jornal. Ou será a honestidade?

Cristiano disse...

OS 650 euros, são pagos pelas operadoras????
Então o dinheiro que o estado meteu (e ainda mete) na fundação, serve para quê??
E o Publico é que é ignorante...
Eu até aplaudo a iniciativa do governo destes dois programas (e-escolas e e-escolinhas), mas não vejo mal nenhum em que o funcionamento da fundação seja esclarecido. Pelas várias noticias e comentários, já deu para perceber que ninguém, nem sequer o governo, conseguem explicar com clareza o seu modo de funcionamento. Então esclareça-se.

Anónimo disse...

Ó Cristiano!
1- O dinheiro que está na Fundação é lá colocado pelos operadores não pelo OGE.
2- A Fundação, por lei do governo Socras, está sujeita a escrutínio do T. Contas. O tal que chumba as AE.
3- O Mal não é que se esclareça! O mal é que se crie um clima de suspeição sobre as coisas!! Isso sim degrada a vida pública.

Cristiano disse...

Ó anonimo:
1-As operadoras "entraram" com 25M euros, compromisso assumido no licenciamento da rede 3G. O estado entrou com 36,5M euros, lucros da Anacom.
2- É verdade, e está neste momento a averiguar, veremos as conclusões.
3- Repudio o aproveitamento politico que se faz (que o PSD está a fazer) através da suspeição. Mas não é por isso que deixo de querer ficar esclarecido acerca desta fundação cujo nascimento e funcionamento nunca foi devidamente explicado.

Anónimo disse...

Bolas! Ainda temos que agradecer às operadoras!!!????

João Magalhães disse...

Cristiano, ao longo dos 3 anos que vai durar a primeira fase do programa e.escola, as operadoras gastam um pouco mais de 400 milhões de euros (das contrapartidas dos concursos de terceira geração). Veio em todos os jornais há dois anos. O Cristiano não leu. Pelos vistos, o PSD tb não.

Cristiano disse...

João Magalhães, tendo em conta que, agora, o que vem nos jornais afinal é de confiança, então também lhe devo dizer, veio nos jornais, que Mário Lino, pelos vistos, retirou 180M euros á acção social escolar para pagar o magalhães...
Por mim, como referi, detesto os aproveitamentos politicos que se tentam fazer, mas parece-me inquestionável que é necessário esclarecer como funciona a fundação e como foram de facto financiados os programas.