“Se ninguém atacar o governo, a democracia vai para o cano de esgoto e estamos todos lixados”, alerta-me o
Tomás Vasques, o que pode levar um leitor mais apressado a concluir que me proponho levar à prática os ensinamentos de Pacheco quanto aos silenciamento dos adversários. Vamos por partes:
1. O post em causa teve o propósito de chamar a atenção para a aparente apatia do PS em matéria autárquica — e não é certamente por os seus autarcas serem menos dedicados do que os presidentes de câmara laranjas.
2. Deixemos de lado a questão de saber que partido deveria presidir à Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), muito embora existam vários critérios que permitiriam pôr em causa a opção tomada: número de mandatos, importância relativa dos municípios, etc.. Em todo o caso, o que importa sublinhar é que não faz sentido que a ANMP prossiga uma política que é decalcada da agenda do PSD. O peso dos autarcas socialistas deveria fazer sentir-se na condução da ANMP.
3. Mas o Tomás Vasques, quando chama a atenção para a circunstância de a CGTP ser uma correia de transmissão do PCP, está a querer atirar a democracia para o “cano de esgoto”? Não se pode dizer, por outras palavras, que a ANMP se apresenta como uma correia de transmissão do PSD? O combate político deve ser assumido pelos partidos (e pelos cidadãos), mas a democracia não é posta em causa por mostrar que quando a ANMP fala é o PSD, sob uma máscara, que fala.
Aproveito para felicitar o Tomás Vasques por mais um aniversário do
Hoje há conquilhas.
1 comentário :
"Deixemos de lado a questão de saber que partido deveria presidir á ANMP..."
Vejo que já houve uma alteração substancial face ao
"Quer se queira quer não o PS ganhou as eleições autárquicas..."
Portanto quanto aos vencedores já não há duvidas (na verdade nunca houve), questionar a actuação da ANMP é legitimo, parece-me óbvio e até natural que, muito mais que uma agenda partidária, esta associação tem (sempre teve) interesses próprios e, naturalmente tenta defendê-los.
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