terça-feira, fevereiro 16, 2010

Leituras [2]

• Paul Krugman, A euroconfusão:
    Muito antes do advento do euro, os economistas alertaram para o facto de a Europa não estar preparada para uma moeda única¹. Mas os alertas foram ignorados e a crise chegou.

    E agora? O desmantelamento do euro é quase inimaginável, quanto mais não fosse por questões práticas.

    Como diz Barry Eichengreen, de Berkeley, qualquer tentativa de repor moedas nacionais desencadearia "a mãe de todas as crises financeiras". Assim, a única saída é a fuga em frente: para fazer que o euro funcione, a Europa precisa de avançar ainda mais para a união política, para que os países europeus comecem a funcionar mais como os estados dos EUA.

    No entanto, isso não vai acontecer num futuro próximo. Aquilo a que, com toda a probabilidade, vamos assistir nos próximos anos é a um processo doloroso de "ir andando", fazendo o melhor possível: resgates financeiros acompanhados de exigências de austeridade selvagem, tendo por pano de fundo um desemprego em massa, situação perpetuada pela penosa deflação já referida.

    É um quadro feio. Contudo, é importante perceber a natureza da falha fatal da Europa. Não há dúvida de que alguns governos foram irresponsáveis, mas o problema fundamental foi a arrogância, a postura altaneira de que a Europa poderia fazer funcionar uma moeda única apesar das fortes razões para se acreditar que não estava preparada para tanto.
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¹ Em Portugal, só me lembro de João Ferreira do Amaral…

2 comentários :

Filipe castro disse...

e do Pedro Arroja

o castendo disse...

E do PCP...