Recordo-me de ver Henrique Medina Carreira a chorar no ombro de José Gomes Ferreira por não lhe proporcionarem uma hora de televisão para poder dar a conhecer a sua infalível receita para o país. Desde então, não só ele passou a apresentar-se de 15 em 15 dias no Negócios da Semana como a SIC o hospedou também no alucinado Plano Inclinado. No entanto, quanto à receita para o país, as semanas passavam e nickles.
A revelação aconteceu finalmente na quarta-feira. Na companhia de Campos e Cunha, outro comensal do Negócios da Semana, Medina Carreira, menos cauteloso do que o homem da Sedes, abriu o livro: do que precisamos é de um novo Duarte Pacheco. Não se pense que o ex-contabilista Henrique tinha sido acometido de um lamentável lapso de memória sobre a história do Estado Novo: ele fez questão de sublinhar que Duarte Pacheco expropriava terrenos sem os pagar, que requisitava aos fornecedores, a título de amostras, materiais (v.g., vidro) para a construção civil, que o Estado também não pagava, etc..
Era mesmo de um político assim que o país precisa, rematava uma e outra vez um empolgado Henrique, perante o silêncio de Campos e Cunha. Vendo o programa a resvalar para uma sessão de esclarecimento do PNR, o próprio Gomes Ferreira viu-se constrangido a fazer uma alusão, entre dentes, à suspensão da democracia. A SIC-N continuará a contar com eles, naturalmente.
1 comentário :
o Medina tirou o passe para a SIC?
qq dia começam tb a convidá-lo para os programas de gastronomia
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