- ‘Remeter a violência para um fenómeno circunscrito, baptizando-o de bullying, equivale a ver apenas a enxurrada, sem compreender que o dique rebentou algures.É indispensável apurar responsabilidades em cada caso, mas sem esquecer nunca as causas profundas do fenómeno.
Na verdade, não se trata apenas de crianças ou adolescentes criminosos, mas de uma sociedade criminógena. Numa sociedade assim, cada pessoa não consegue valer por si mesma e quem ousa ser diferente corre um perigo sério – pode tornar--se vítima de bullying.
Não será bullying social a imposição, feita a pessoas homossexuais, de que prestem esclarecimentos sobre a intimidade nos media, como forma de ‘justificação’ perante a maioria? Será exigível que se tenham de envolver num discurso politicamente correcto contra a discriminação?’
- ‘Muitos economistas também defendem que a dimensão apropriada de um défice depende, em parte, do estado da economia. Uma economia fraca requer um défice mais elevado, por isso, a dimensão apropriada do défice em caso de recessão dependerá essencialmente das circunstâncias. É neste aspecto que os economistas divergem. Não é fácil fazer previsões, especialmente em tempos tão conturbados como os que hoje vivemos, mas seria um erro olhar para as retomas anteriores para prever o rumo que esta pode tomar.
(…)
Todas estas questões foram adiadas para dias melhores, pelo menos nos países onde a perspectiva de uma retoma robusta ainda vai levar um ou dois anos a concretizar-se. Mas podemos dizer que, por ora, reduzir a despesa pública é um risco que não vale a pena correr.’
- ‘É um erro pensarmos que a indisciplina orçamental é a maior ameaça. A Grécia é um caso à parte. Os excessos orçamentais de hoje não resultam da indisciplina orçamental, mas da indisciplina dos privados, que é, no fundo, um elemento inerente ao ‘modus operandi' da zona euro. Foi assim que a economia da zona euro se equilibrou, num nível razoável em termos de procura global, no período anterior à crise.’
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