Não era bem nisto que a Dra. Manuela estava a pensar

Antes de se retirar para para a última fila da bancada parlamentar do PSD, a Dra. Manuela pôs meio Portugal a ver o Canal Parlamento e uma engraçada Comissão de Ética que tratava de averiguar o estado de saúde da liberdade de imprensa em Portugal.
É claro que Dra. Manuela - "não devem ser os jornalistas a escolher as notícias" - se estava nas tintas para a liberdade de imprensa. Como ela costuma dizer em relação ao Eng. Sócrates: "Vê-se mesmo que estava a mentir".
Acontece que a dita Comissão de Ética entregou o relatório daquelas engraçadas audições a Rita Rato, a tal deputada do PCP que tem a cómoda vantagem de nunca ter ouvido falar nos "gulag".
Pelas primeiras impressões, o tiro saiu pela culatra à Dra. Manuela (também é verdade que o seu alvo se moveu para outra comissão...).
Então não é que a jovem Rita, em vez de se restringir aos espanhóis da Prisa, desatou a escrever sobre a "degradação dos direitos dos trabalhadores do sector", com a depreciação dos salários, o aumento da precariedade e a desvalorização da acção colectiva de que é exemplo a redução do número de conselhos de redacção?
Para cúmulo, a jovem deputada chega a sugerir que o Parlamento "considere a adopção de legislação que contribua para um quadro de maior transparência seja no plano da utilização de recursos públicos, seja na intervenção de interesses privados."
Não fosse tão jovem e a deputada Rita saberia que já alguém tentou isso. Com os resultados que se viram. E que, certamente, não incomodaram a Dra. Manuela.