- ‘Se é verdade que o país atravessa uma grave crise também é preciso compreender que ela tem duas origens, ambas estruturais: uma interna e outra externa. A interna é a resultante de desequilíbrios financeiros acumulados no país ao longo das últimas décadas, por um lado resultantes da perda de competitividade da nossa envelhecida economia e, por outro, da repercussão no país da acentuada quebra da economia europeia, por sua vez resultante da pouco sustentada adesão de alguns países ao euro, e de um alargamento excessivamente rápido da União Europeia. A externa é o resultado da crise iniciada em 2008 nos EUA, que começou com o ‘subprime', e que veio posteriormente pôr a nu os efeitos mundiais da catastrófica desregulamentação do sistema financeiro norte-americano.
Basta ler as notícias que diariamente vêm dos EUA e da Europa, e comparar os seus indicadores económicos e sociais com os nossos, para compreender que a crise que hoje enfrentamos no país pouco tem a ver com o eng. José Sócrates mas é, pelo contrário, o resultado de uma crise generalizada por todo o Ocidente. A sua culpa é a culpa de todos os dirigentes por todo o mundo que não tiveram a capacidade de prever a gravidade dos desequilíbrios que estávamos a viver. Mas na política é como no futebol: o resultado do último jogo é que conta!’
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