- ‘Mas nada ultrapassa a história dos despedimentos. Passos quer que a expressão "justa causa" deixe de fundamentar a possibilidade de despedir e esta passe a assentar em "razões atendíveis". Mas aos que o acusam de querer consagrar a arbitrariedade responde, manso: que não, não quer que se possa despedir sem mais nem menos, que ideia!, é preciso haver motivos, que hão-de ser explicitados na lei ordinária. No seu afã de negar o óbvio, a direcção do PSD chega mesmo a invocar uma lei de Vasco Gonçalves (sim, o dos saneamentos) - quiçá para que acreditemos que a defesa da classe operária é o seu sol na terra.
A gente percebe: não é fácil ganhar eleições a dizer com todas as letras que se vai consagrar a arbitrariedade nos despedimentos (ao mesmo tempo que, pormenor, se apoia um candidato presidencial que representa praticamente tudo o que não se defende); mas isto começa a parecer-se de mais com a fábula da rã e do escorpião. Resta saber se a rã continua crédula.’
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