- • Francisco Seixas da Costa, Jornalismo adversativo:
‘Portugal tem uma das mais brilhantes escolas daquilo que se pode qualificar como "jornalismo adversativo". Trata-se de um apurado estilo, que exige uma grande experiência para garantir a sua hábil utilização, que consiste em relativizar e atenuar, pela negativa, qualquer notícia através da qual possa transparecer uma ideia positiva ou otimista.
Há anos que constato que esta é, verdadeiramente, uma especialização de um certo jornalismo português, muito patente nos títulos dos jornais ou dos seus "sites" informáticos, mas igualmente presente, quase por um peculiar imperativo deontológico doméstico, nos noticiários televisivos. Os exemplos são aos milhares, pelo que aconselho o leitor a estar atento, nos próximos dias, à eventual divulgação de qualquer estatística ou linha tendencial positiva. Logo verá que, no segundo seguinte, aparece uma frase começada por: "Porém ..." ou "Mas, contudo,..." ou "No entanto,...".
Querem exemplos? (…)’
• Tomás Vasques, A proposta de Paulo Portas é um rasgado elogio a José Sócrates.:
- ‘(…) As Oposições, também como lhes competia, puxaram pelas dificuldades que o país e os portugueses atravessam, pelo desemprego e o aumento de impostos, esconderam a crise internacional e atribuíram todos os males do mundo ao primeiro-ministro. Todos os partidos da oposição fizerem uso de um pessimismo inveterado a raiar a «desgraça iminente», e nem outra coisa era de esperar. O único momento inesperado do debate foi protagonizado por Paulo Portas ao propor a demissão do primeiro-ministro e a formação de um governo chefiado por outro dirigente do PS em coligação com o PSD e o CDS. Esta proposta, já avançada várias vezes anteriormente, revela que 1) a impaciência do líder do CDS em querer ser de novo Ministro a todo o custo; 2) a dúvida e o temor que tem em ver o PS, com José Sócrates, ganhar as próximas eleições legislativas, antecipadas ou não; 3) o desprezo pelos resultados eleitorais de há menos de ano. O contrário do que parece, a proposta de Paulo Portas é um rasgado elogio a José Sócrates e apenas significa o temor eleitoral que tem do primeiro-ministro, tal como Pacheco Pereira que já tinha avisado: «É muito difícil ganhar eleições a José Sócrates» (...).’
• Val, Catch 22 à moda da Lapa:
‘O PSD de Passos é uma entidade também fragilizada, tal como as anteriores desde a fuga de Barroso, a qual, mesmo que ganhe alguma eleição, estará sempre à beira do precipício. Começa pelo seu Presidente, que não tem visão nem carisma, passa pela equipa onde se apoia, um conjunto de vulgaridades, e acaba no baronato ressentido e venenoso, que espera a primeira ocasião para espetar a faca. Para mudar este partido, teria de se mudar a sua epistemologia, ainda antes de se mudar a sua praxis – e tal não vai acontecer, como se viu espectacularmente ao castigarem Mota Amaral por ter respeitado a Constituição e defendido a liberdade!
Miguel Relvas representa na perfeição o homem-PSD: picareta falante e fala-barato. Há dias, na porqueira, conseguiu num minuto transmitir duas ideias antagónicas. Começou por dizer que o Governo continua arrogante, a comportar-se como se tivesse a maioria e não precisasse de negociar. Segundos depois, estava a usar o exemplo de Gabriela Canavilhas, que foi ao encontro dos pedidos do sector, para acusar o Governo de desorientação. Eis a lógica: se o Governo tem algum plano que tente concretizar, é arrogante; se o Governo acolhe os anseios de terceiros, está perdido (…).’
• AR, Preferências
• Bernardo Pires de Lima, Os recados de ontem eram para si, mas não era caso para fazer esta cara
• Daniel Oliveira, Uma proposta
• João Paulo Pedrosa, Sócrates em Leiria, uma iniciativa plena de êxito
• João Pinto e Castro, Avaliação dos médicos ou avaliação dos serviços de saúde?
• O Jumento, Tempo de insanidade
• Ricardo Sardo, Cheque em branco?
• Miguel Marujo, Mimetismos
• Sofia Loureiro dos Santos, Subsídios, almoços e má-fé
• Val, Portas, larga o vinho
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