quarta-feira, outubro 06, 2010

Leituras

• Rui Tavares, 100 anos e um dia (no Público de hoje):
    Parece que a I República cometeu o grande pecado de ser uma balbúrdia - mas por oposição a quê? Pelos vistos, deve haver quem ache que o resto do mundo era, naquele primeiro quartel do século XX, uma espécie de pacífico jardim.

    (…)

    Perante isto - ou melhor, esquecendo isto -, há gente que faz da leitura da I República uma única lenga-lenga sobre como os líderes políticos portugueses da época eram defeituosos. Pois eram. Sem querer ser preciosista, esse é exatamente o sentido da República: sermos governados por gente imperfeita.

    Precisamente porque não existe gente perfeita, nem gente que herde a predisposição para governar vitaliciamente um país, o princípio republicano é o de que nem o nascimento nem a classe social devem vedar alguém de eleger e ser temporariamente eleito.

    (…)

    Isto não faz destes regimes isentos de críticas; mas fá-los certamente dignos de comemoração, dignos de serem lembrados em conjunto. Mas, lá está; Pedro Passos Coelho faltou ontem ao lugar onde se proclamou a República; como a direita portuguesa em geral faz por ausentar-se do 25 de Abril. É uma atitude de ignorância voluntária que só poderia desculpar-se se ao menos fosse clara e assumida.

4 comentários :

Anónimo disse...

A ausência de Passos Coelho foi a fuga ao debate, ao confronto, ao ter de dizer o que pensava sobre o discurso de Cavaco ou de Sócrates. A mediocridade é como o azeite.

José Vladimiro disse...

Fala-se dos aspectos positivos e negativos da I República;

Fala-se da questão operária, da questão religiosa, etc.

Mas, não se fala do essencial: a maçonaria e a carbonaria comandaram os acontecimentos que precipitaram a queda da monarquia decadente dos Braganças.

Os 16 anos de República permitem-nos também entrever outra verdade, que faz luz sobre o presente: a promiscuidade e a guerrilha maçónica destruíram as instituições republicanas.

Ontem tal como hoje as reuniões secretas, - envolvendo políticos, empresários, magistrados, sindicalistas, polícias, militares, clérigos, funcionários públicos, etc.-, contribuem para o tráfico de influências, o nepotismo e a corrupção. Embora, ele digam o contrário e falem com pesporência da ética repúblicana...que não só não possuem como não a praticam!

Por isso afirmamos: o problema da República actual, das suas instituições democráticas, é a promiscuidade dos membros da maçonaria com o poder governamental, judicial e económico. Movem-se num terreno pantanoso que escapa ao controlo democrático.

Numa sociedade democrática e aberta não podem existir sociedades secretas: tudo tem que ser transparente e escrutinado à luz do dia!

Corremos novamente o perigo de uma oligarquia dominar a vida republicana e condicionar as suas instituições, a exemplo do que aconteceu há cem anos.

Anónimo disse...

esse Tal, de Pedro Coelho passa a vida a fugir.. mas a grande fuga foi do parlamento,para isso,teve a ajuda preciosa da Dra. Manuela F.Leite, que não o escolheu para a lista de deputados,depois de ele estratégicamente ter andado a criticá-la. Dra Manuela a Senhora caiu no engodo, armado pelo homem das estratégias militares,Angelo de la Correia...

M.Azevedo disse...

Estou de acordo com Rui Tavares,para gente perfeita.. já nos chega o "nosso" D.Duarte...