sexta-feira, novembro 05, 2010

Ele é sindicalista, mas também é magistrado



João Palma, presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, no Correio da Manha:
    “Perante o descalabro financeiro das contas públicas, cabe perguntar se é suficiente o ‘julgamento’ em eleições viciadas por manipulações de toda a ordem, que influenciam o voto dos eleitores.”
Deste senhor, já esperamos tudo. Mas não nos podemos habituar nem conformar com este tipo de linguagem. E impõe-se que nos sobressaltemos a cada reincidência. Até porque, para além de sindicalista, estamos a falar de um procurador da República, a quem cabe zelar pela legalidade democrática.

Agora, pergunta o leitor: por que anda Palma tão irascível? Ele descai-se no i: “Há uma vontade expressa do governo em alterar o estatuto profissional do Ministério Público, com o objectivo de penalizar de uma forma muito especial os magistrados.”

E como fará o Governo tal maldade? O i conta o que Palma lhe segredou ao ouvido: “A proposta de alteração do estatuto dos magistrados judiciais e do Ministério Público, apresentada pelo governo, inclui reduções salariais, o corte de 20% no subsídio de habitação e mudanças nas regras de aposentação e acumulações de serviço.”

Ou seja, João Palma entende que os magistrados devem ser poupados aos sacrifícios que irão atingir a generalidade dos trabalhadores do Estado. Para além de não aceitar reduções salariais e corte no subsídio de habitação (o qual não é tributado em IRS por decisão dos próprios tribunais…), o presidente do sindicato não admite sequer mudanças nas regras de aposentação, de modo a que elas estejam em consonância com as que se aplicam aos restantes funcionários públicos e aos trabalhadores do sector privado.

É esta gente que quer falar em nome da justiça.

12 comentários :

estalinista disse...

Se pulha há, este sindicalista é o seu expoente maximo.

As suas declarações são um insulto á democracia e mostra propositos fascistas. Como pode a nossa justiça estar bem, quando é servida por ignobeis e macabras figuras?

A.R. disse...

É grave que um Procurador da República insinue que há "eleições viciadas por manipulações de toda a ordem". Sendo apenas um problema de responsabilidade cívica, a verdade é que a credibilidade de qualquer magistratura passa pela assunção dessa responsabilidade.

Anónimo disse...

É na verdade uma ignomínia!
O inexcedível sentido ético, o absoluto respeito permanente pela verdade, o esclarecimento pronto e transparente das coisas que teimam em permanecer turvas e o rigor (agora dito exigência)na administração/distribuição de cargos públicos, constituem bandeira bem alta da garotada que nos vem governando e que conduziu o país para o estado calamitoso em que se encontra.

Eduardo disse...

Os senhores presidentes dos sindicatos dos magistrados estão em roda livre, perderam o respeito por orgaõs politicos democráticamente legitimados,e por essa via por quem oe elegeu, ou seja os cidadãos eleitores.
Mas, na ansia de prosseguirem na sua agenda poltíco-partidária,perderam,igualmente, o respeito pelas funções que as magistraturas incumbe assegurar,cujas naturezas são incompatíveis com as liguagens que tem utilizado.
Simplemente deploravel este estado de coisas

Sousa Mendes disse...

Palavras para quê? É um Procurador do PPdÊ! Formado na melhor escola de irresponsabilidade que há no país, o CEJ. Licenciado com 10 ou 11 no máximo, entrou para o CEJ com um empurrão, como bom latifundiário alentejano que é. Não foi para juiz por falta de bagagem técnica e porque dava muito trabalho. Alistou-se no sindicato e logo que o decano Cluny se fartou, cá o temos com os dislates habituais.E temos que pagar isto com os nossos impostos.

Anónimo disse...

Se Sr Procurador acha que há um crime de "viciação" de eleições, deve acusar a CNE da premissão desse ilícito? Se assim pensa, é porque tem provas e como magistrado da Procuradoria Geral da República, tem obrigação de o fazer, se não actua, é conivente com o crime!!!!!!!!!!!
A alternativa é calar-se...

Anónimo disse...

E não se pode intentar uma ação contra a CNE e/ou o STAPE por violação grave do direito eleitoral e indicar o Palma como testemunha, a ver como é que ele se aguenta...

Anónimo disse...

Este tipo é uma obscenidade!Como é possível estar´`a frente de um sindicato.É uma autêntica nulidade!Justiça desta,Deus nos livre!Não há quem meta na ordem tal personagem?

Anónimo disse...

Vi hoje uma reunião do Sindicato do sósia do Mister Bean,e pelo entusiasmo dos associados, o dinheiro não chega mesmo...é pouco.Trabalhem,mostrem serviço aos portugueses...

Graza disse...

Perante a evolução do esboroar de um sistema de justiça anárquico, que vai fazendo política á revelia do alvará que tem, e dominado por gente que não mandatei, não me custa nada dizer que prefiro um que tenha como origem o mandato que eu der no Voto. Isto é um escândalo? Talvez. Mas antes isto do que assistir entrincheirado á destruição do Estado. E não tenho dúvida, estamos assistir a isso. Sabendo que os nossos Magistrados vão aderir á próxima greve geral, não vou conseguir desfilar ao lado deles na Avenida no dia 24. Desisto

Unknown disse...

As palavras do Sr. Palma devem agradar a todos aqueles que querem viver de direitos adquiridos - sem qualquer sentido - nesta crise que assola o País. As palavras do Sr. Palma até poderiam ser ditas pelo Sr. Jerónimo ... Os senhores do MP ao aderirem à greve geral estão a fazer o frete àquelas forças que - no verão quente de 1975 - iam levando o País à guerra civil ... Faltou pouco ... O meu último desabafo : os procuradores do MP deveriam ter juizo ...

Unknown disse...

As palavras do Sr. Palma até poderiam ser ditas pelo Sr. Jerónimo. Ao aderirem à greve geral, estão a dar um péssimo exemplo, a desacreditar ainda mais a Justiça. A célebre manif. dos secos e molhados deu estes resultados ... O egoismo - puro e duro - grassa nos Tribunais. Os Sindicatos nos Tribunais nunca deveriam ter sido autorizados ...
Agora, O PCP e seus derivados se riem de tudo isto ... O Sr. Couto (ressuscitado) - que esteve nessa Manif - anda já por aí ...