sexta-feira, dezembro 03, 2010

Como reagem as chefias sindicais dos "operadores judiciários"

Como se refere no post anterior, o Conselho de Ministros alterou ontem alguns aspectos de que beneficiam os juízes e os magistrados do Ministério Público, designadamente os seguintes:
    • Idade de aposentação (jubilação), que se aproximará devagarinho da que vigora para os trabalhadores em geral;
    • Tributação do subsídio de residência, sujeitando esta regalia ao que está estabelecido no Código do IRS e é aplicável, sem excepção, a todos os trabalhadores por conta de outrem;
    • Eliminação do subsídio de habitação para os magistrados aposentados, com efeitos a partir da entrada em vigor da lei, pelo que os que já beneficiam desta regalia irão mantê-la.
Claro que estas medidas doem. Mas esperar-se-ia de titulares de órgãos de soberania e ofícios correlativos que não reagissem como se se tratassem de membros exaltados de uma claque de futebol. Parece que, nos tempos que correm, isso é pedir de mais aos sindicatos dos “operadores judiciários”.

Lê-se hoje no Público que João Palma entende que, mesmo num período em que se exige contenção a todos, os procuradores devem ser poupados, interpretando as medidas tomadas como ataque à sua corporação: “O estado actual da justiça e as preocupações que nos causa deviam levar o Governo e o Ministério da Justiça a não procurar criar pontos de atrito com os operadores judiciários”. E António Martins, esse príncipe das letras que dirige o sindicato dos juízes, quer estadistas a fazer leis: “Com todo o respeito pela profissão de sapateiro, só digo que um sapateiro não conseguiria fazer pior. O mal é termos sapateiros a fazer leis e não estadistas responsáveis.

Não se riam. Um dia, podemos precisar de recorrer à justiça e depararmo-nos com o Sr. Martins e o Sr. Palma. É maior essa probabilidade do que a de ganhar o Euromilhões.

6 comentários :

sepol disse...

Se o Marinho Pinto não chegar a tempo, chamem o Marquês de pombal e mandem-nos dar uma volta de Cacilheiro... sem fundo.

Anónimo disse...

Estas declarações até arrepiam um cidadão.

Anónimo disse...

Verdadeiramente preocupante é o estado em que a governação do Sr. Pinto de Sousa e seus sequazes colocaram o país, mentindo no percurso com quantos dentes têm na boca.

Unknown disse...

Vamos por partes.
Eu conheço sapateiros, vários, que fariam justiça ao serviço da justiça sem dificuldade. Mas não conheço nenhum juiz que saiba pôr meias solas nuns sapatos.
Quando se falar de amor á causa, serviço público entre ela, eu mero cidadão licenciado na área das ciências, mestrado na área das ciências, por amor á ciência, gostava de ver esses individuos a prestar provas, por exemplo, em movimento de projécteis. Eu disponibilizo-me desde já para fazer num mês todos os exames que eles fizeram em toda a sua carreira.
Vai uma aposta ?

Sousa Mendes disse...

Infelizmente, estas declarações de um sujeito, a quem apenas com repulsa, aceito chamar Juiz Desembargador, espelham cada vez mais uma classe profissional que está obrigado por inerência de função e ter princípios éticos, morais, de bom senso e até de cidadania acima dos restantes cidadãos. Só assim se justifica que a sociedade lhes atribua a suprema missão de julgar os comportamentos dos restantes cidadãos. Será que o Presidente do Sindicato dos Juízes sabe disso?
Pelas declarações desbragadas, insensatas e até mal-educadas que toma, parece-me que não! Não seria necessário seguir os conselhos de Aristóteles sobre a organização do Poder judiciário e criar tribunais para julgar juízes?!! Ao estado a que isto chegou, não me parece que exista outra solução!
Sobre o Palma, então, nem vale a pena falar!!! É o digno sucessor do Cluny, com menos educação e menos preparação, cada vez mais, também o espelho de classe de funcionários bem pagos, pouco competentes e irresponsáveis, como aliás denotam as suas declarações. Ele que se dedique á caça e deixe o emprego, a quem saiba direito e procure fazer justiça!

rabino disse...

Pior que o Martins,são os juizes que vergonhosamente, não têm coragem para lhe dizer,para se calar e ir à vida...