sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Reacções à moção de censura ao anúncio [7]

Berlim, 11 fev (Lusa) -- A queda do governo socialista e a marcação de eleições antecipadas em Portugal "criaria uma situação dramática para o país e para a sua imagem de estabilidade", disse hoje à Lusa Armando Garcia, analista político da Fundação Bertelmann.

"Portugal seria muito afetado, sobretudo no que se refere ao refinanciamento no mercado de capitais, mas também no que toca à participação nas decisões cruciais que a União Europeia quer tomar em breve, nomeadamente a criação de um governo económico na zona euro", acrescentou o mesmo especialista.

Armando Garcia, um académico de nacionalidade espanhola que se dedica também ao estudo da situação política em Portugal, lembrou que, ao contrário do que sucede no seu país, "em Portugal o governo e o principal partido da oposição, o PSD, têm conseguido dar uma imagem de unidade, em momentos importantes".

Bem presentes ainda para muitos analistas internacionais estão as imagens de José Sócrates e do líder do PSD, Passos Coelho, juntos, no ano passado, a criticar o corte de uma agência de notação financeira à taxa atribuída a Portugal, e a dizer que era preciso, sobretudo, defende o país de ataques dos especuladores.

Uma queda do governo através de uma moção de censura do Bloco de Esquerda, anunciada na quinta feira, e a marcação de novas eleições, dentro de poucos meses, "desencadearia, decerto, uma grande controvérsia entre o atual executivo e a oposição social democrata, e tornaria ainda mais difícil aplicar as necessárias reformas e conseguir financiamentos em condições aceitáveis", advertiu Armando Garcia.

Para Portugal, "é importante manter a imagem de estabilidade que o governo de Sócrates conseguiu transmitir, apesar de minoritário", sobretudo porque se esperam decisões cruciais para o país a nível europeu, nomeadamente a criação de um governo económico.

"Mas se houver instabilidade nos próximos tempos, Lisboa ficará, praticamente, arredada deste processo que irá influenciar consideravelmente o futuro do país", adiantou ainda o analista da Bertelsmann.

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