terça-feira, abril 19, 2011

Freitas, jubilado, já não estuda

Freitas do Amaral deu ontem uma entrevista à RTP1. Disse que, desde 2005, existiram dois Sócrates: o primeiro, até 2008, que conseguiu uma consolidação orçamental; e o segundo, desde 2009 até cá, que se fartou de gastar dinheiro. Tudo começou 2009, diz : “com as despesas eleitoralistas … o défice subiu de 3% para 9%, o que é imperdoável".

É lamentavel que Freitas do Amaral não tenha percebido nada do que se passou no mundo em 2009. Como José Sócrates não governava o resto da Europa (e do mundo), alguma coisa tem de explicar o que aconteceu nesse exacto ano nos países representados nos gráficos seguintes, que indicam a evolução entre 2006 e (a projecção para) 2011 do peso da despesa pública em % do PIB [Portugal aparece nos diferentes gráficos comparado com grupos de países diferentes].

Depois voltaremos a estes gráficos – bem como aos relativos à receita, variável essencial para explicar os défices elevados dos países periféricos -, mas basta a sua rápida visualização para perceber que o discurso das «despesas eleitoralistas» não faz nenhum sentido, uma vez que o que aconteceu em Portugal seguiu simplesmente o padrão internacional.

Evolução da despesa pública em % do PIB
em Portugal, Espanha, Irlanda, Grécia e Itália (2006-2011)



Evolução da despesa pública em % do PIB
em Portugal, Áustria, Bélgica, Holanda e Alemanha (2006-2011)



Evolução da despesa pública em % do PIB
em Portugal, Reino Unido, EUA, Canadá e Japão (2006-2011)


Evolução da despesa pública em % do PIB
em Portugal, Rep. Checa, Polónia, Eslováquia e Eslovénia (2006-2011)



Evolução da despesa pública em % do PIB
em Portugal, Dinamarca, Finlandia, Suécia e Noruega (2006-2011)
    Pedro T.

13 comentários :

Anónimo disse...

Contra números não há argumentos.........

ALguém pode enviar isso ao Freitas?????

Anónimo disse...

Quantas emissões de dívida fez Portugal acima de 7%?
Freitas do Amaral não está tambem a confundir os juros das emissões de dívida com os juros do mercado secundário?

Anónimo disse...

Ah ok, se o resto do mundo está uma merda, também podemos estar, né?

Anónimo disse...

O facto de os outros países estarem mal não melhora a nossa situação, mas ajuda a explicar o seu porquê. O que é grave é que um "professor catedrático" diga atoardas - não são inocentes! -, como se o aumento do déficit em 2009 se devesse a motivos eleitoralistas e não, no essencial, à decisão da União Europeia de compensar os efeitos da crise com aumento de despesas sociais e outras medidas de apoio à banca e à economia. Recordemo-nos apenas das exigências então manifestadas por todos os partidos - e o próprio PR - de tudo se fazer para minorar os efeitos da crise...

Rosa disse...

É natural que estejamos...somos tão pequeninos...
Mas convém ver as coisas obectivamente e não tentar distorcê-las como mais convier...

Anónimo disse...

Freitas já não tem pedalada para estes assuntos.

jose neves disse...

Freitas faz parte daqueles tontinhos que mudam de voto em cada eleição e, passados meses, vêm dizer que se enganaram, que o partido não cumpriu o programa, que votou pelo programa e o PM faz o contrário, blá, blá, blá, etc. e tal.
O tontinho anda, de programa e lupa na mão, à procura da "política" ideal em cada momento, de uma terapia política aplicada à doença que diagnosticou na sua cabeça segundo seus interesses imediatos.
A sua cabeça dá voltas e o pensamento faz flic-flac pra trás e prá frente ao sabor e opinião circinstancial de momento, sem um fundamento ideológico estruturado em uma corrente ideológica sólida. Estes tontinhos, nunca votam em partidos mas sempre nas personagens que, dizem, em cada momento têm um discurso adaptado à resolução dos problemas de momento.
Os partidos, que são correntes ideológicas com uma doutrina de base estruturada na solução democrática dos problemas, com provas dadas de anos e anos, não são confiáveis para os tontinhos. Contudo as personagens chefes de partidos, por mais tortuosas de acção e sinuosas de pensamento e comportamentos, logo se tornam respeitáveis aos olhos dos tontinhoa, em cada momento que usem linguagem considerada adequada.
Para os tontinhos o historial das personagens vale nada. O que diz em cada momento vale tudo. Depois queixam-se que foram enganados, fingindo que desconheciam a natureza da persona em causa.
É assim que Freitas pensa em votar Paulo Portas, precisamente, o tal que nem sequer suportava a sua fotografia quanto mais a personagem.
Os tontinhos acabam sempre bem um com o outro e juntinhos até que a tontice de cada um os separe novamente.

Anónimo disse...

Nunca pensei que o freitas estivesse assim tão passado.Neste País já nada me admira.É preciso ter lata para dizer as bacoradas que disse.Deve estar xexé.

Anónimo disse...

Podem divulgar a fonte dos dados


Francisco Cavaco

Anónimo disse...

Concordo com o anónimo anterior. Os gráficos são particularmente difíceis de ler (pelo menos para mim, que sou um bocado daltónico), pelo que divulgar a fonte dos dados e já agora um ficheiro com os valores, dava muito jeito...

Anónimo disse...

Não adianta analisar estes gráficos sem saber se os dados são fidedignos.

Miguel Abrantes disse...

Os dados foram retirados deste documento da OCDE:


http://browse.oecdbookshop.org/oecd/pdfs/browseit/1210021E.PDF

josé dias disse...

O professor Freitas do Amaral declarou públicamente que não vai votar nas próximas eleições legislativas em José Sócrates. Esta é a confissão ingénua de alguém que, por se sentir mal consigo mesmo, pretende fazer o braqueamento da sua figura política, regressando ao passado.Esta confissão representa o regresso ao Freitas profundo, ao Freitas reaccionário dos bons velhos tempos, ao Freitas em que a pátria é muito mais do que Portugal e do que os portugueses. Os reaccionários, quando querem que Portugal seja só e exclusivamente deles, chamam-lhe pátria. Acontece que um regresso destes, um regresso à verdadeira pátria, exigiria, no mínimo, um gesto épico à maneira, como, por exemplo,uma vitória em combate, uma ferida política salva pelo garrote, um estremeção emocional estilo bola à barra da seleção nacional e nunca uma postura de menino beato hipócrita. Então o professor Freitas do Amaral não sabe que Portugal é um país democrático e que num país democrático o voto é secreto e que, assim sendo,todos aqueles que votam de braço no ar antes do acto eleitoral, se comportam como se vivessem numa ditadura, precisamente nesse tipo de pátria para onde o senhor regressou?