- As propostas que o PSD tem para o país influenciaram essa decisão?
Sim, este programa do PSD é o programa mais à direita de sempre de um partido com aspirações de governo na política em Portugal, e como calcula não é coisa que me entusiasme. E portanto há aqui um desafio que é impedir que esse programa seja posto em prática com as consequências que isso teria para a grande maioria dos portugueses.
Que consequências?
A lógica de privatização, mesmo parcial, em sectores sociais, como é o caso da Segurança Social, mas também da saúde e da educação, é um projecto que pretende que o dinheiro dos contribuintes seja posto ao serviço dos lucros de entidades privadas, que terão tendência, não a jogar o jogo da igualdade de oportunidades nestes sectores, mas sim a transformar-se em áreas de regresso do elitismo nesses sectores sociais. Não aceito isso para o meu país.
Da forma como o PS fala parece que as pessoas com menos poder económico vão ficar sem acesso à saúde se o PSD implementar o seu programa. Há esse risco?
Há o risco de ficarem, pelo menos, com um tipo de saúde e educação a duas velocidades. Era um regresso ao passado, que não ambiciono para Portugal.
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