Trabalhando ao sábado (supõe-se que para marcar as diferenças com a função pública e assim justificar a sua fuga aos cortes salariais), o Banco de Portugal emitiu ontem um comunicado sem que se perceba exactamente qual a sua urgência ou a quem estava a responder.
O delicioso da prosa do regulador é a adesão à nova terminologia financeira. Depois de dois dias de debate parlamentar sobre a existência de almofada orçamental, é oficial que esta já não é linguagem de cavadores e mineiros nem assunto de alcova: almofada é o termo técnico que os mercados parecem aceitar para algo que se cria e mantém para lá do estritamente necessário. Diz o Banco de Portugal que o aumento dos rácios de capital “visa criar uma ‘almofada’ temporária de capital e, em consequência, reforçar a solidez das instituições na actual situação de incerteza associada à crise da dívida soberana.”
1 comentário :
Não se trata de uma almofada. Trata-se dum colchão.
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