- ‘O liberal Passos conseguiu em quatro meses desenvolver uma estratégia de duche escocês que conseguiu pôr no orçamento todas as medidas de destruição do Estado que não ficaram no memorando da troika, promover a competitividade pelo empobrecimento deliberado e violento e atacar as políticas públicas de educação e saúde responsáveis por uma geração de redução de desigualdades e de ascensão de Portugal nos indicadores de qualidade de vida. As gorduras a combater são as dos funcionários públicos que ganham mais de 600 euros, a obesidade infantil das crianças da escola pública a tempo inteiro e as adiposidades dos idosos que duram mais anos do que o SNS pode pagar.
A obstinação fundamentalista leva Passos Coelho a falar da crise da zona euro com o moralismo calvinista dos eurocéticos que culpam de todo o mal os pecadores desregrados da Europa do Sul, fechando os olhos ao défice de 32% da mítica Irlanda e à banca nacionalizada da Holanda ou do Reino Unido.
O último grande sucesso nacional foram as previsões para 2012, em que a via recessiva do Governo é premiada com a duvidosa glória de finalmente ultrapassar a Grécia na queda do PIB e do investimento em 2012.
Neste filme de terror, as declarações de Álvaro Santos Pereira sobre o princípio do fim da crise em 2012 são uma alegoria política perigosa de uma nova lenda do ministro sem cabeça.’
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