terça-feira, novembro 29, 2011

Um governo de 2.ª classe

Fontes bem colocadas fizeram-nos chegar a primeira versão das notas de balanço dos primeiros seis meses de governação destinadas à preparação da mensagem de Ano Novo:
    - Primeiro a fase das políticas giras: por exemplo a eliminação das gravatas.

    - Depois, a baixa da TSU que era para ser mas não foi.

    - Entretanto, avançou-se com a distracção dos feriados.

    - À cautela, atirou-se para a frente a questão da meia hora, ao bom estilo do logo se vê.

    - Na linha do ‘já agora’, atirou-se o barro à parede na questão dos transplantes e das comparticipações, a ver se pegava. Parece que não pega nem despega.

    - O tolinho da economia armou a confusão em torno dos transportes na esperança de que alguma coisa aconteça.

    - Os banqueiros, estranhamente, andam às turras com o governo.

    - Os reitores, esses, andam visivelmente à nora e à rasca com o desprezo do governo pelo ensino superior e pela investigação científica.

    - Os empresários já perderam a paciência.

    - Tudo indica que grassa a maior das balbúrdias nas privatizações.

    - Para entreter a matilha dos jornais nada como nomear sucessivos grupos de trabalho (sujo) para poder aparecer com as mãos limpas.

    - Com o lobby autárquico a ordem do Relvas foi ‘quem se meter com eles leva’. Por isso, dizer publicamente nem pensar para poder dar por baixo da mesa.

    - Na justiça a ministra está, finalmente, a realizar a sua vocação de justiceira. Os próximos passos (arranjar sinónimo) serão a extradição de nacionais e a reintrodução da pena de morte.

    - O das polícias anda com medo da rua e dos polícias.

    - O da Defesa parece que se meteu num submarino e nunca mais foi visto.

    - O das Finanças não dá cavaco (encontrar sinónimo) a ninguém.

    - O do CDS anda desaparecido mas ao menos não envergonha.

    - O chefe do governo anda a ter explicações de alemão para ver se percebe o que a Merkel lhe manda dizer. Mas já percebeu o truque: quem tem falta de ideias políticas vira-se para o mar que assim até parece um estratega.

    - O Moedas já tem pronta a próxima alteração ao memo de entendimento: a proibição, por lei da Assembleia, do Pudim Molotov como sobremesa, não vá a troika zangar-se e cancelar a próxima tranche.
Conclusão: isto não está famoso. E como não há subsídio de Natal o melhor é não haver mensagem de Ano Novo. É que ainda pode sobrar para Belém e não haver pastéis em número suficiente.
    Afonso

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