- ‘A situação que agora temos não é pois a de uma desideologização, mas antes a do triunfo de uma ideologia particular, adoptada por um Partido Popular Europeu que, na prática, deixou de representar a tradição da democracia-cristã e exclui entendimentos com a esquerda democrática. A cimeira do passado fim-de-semana constitui uma ilustração disso mesmo. Tudo ficou decidido no encontro do PPE, no qual estiveram exactamente os mesmos protagonistas que se iriam juntar em Bruxelas, com a excepção dos conservadores ingleses.
Embora exista com certeza uma dose de subserviência dos diferentes países - por conveniência ou necessidade - em relação à Alemanha, existe também um alinhamento ideológico que se traduz na inexistência de solidariedade europeia, na constitucionalização da austeridade, na recusa de instrumentos mais "keynesianos" no combate à crise, no desprezo pelo sofrimento e ressentimento dos povos (que não percebem a economia de mercado, coitados...), etc. Tudo isto são marcas distintivas da ideologia liberal-conservadora hoje dominante na Europa, através dos partidos que a governam. Os socialistas à esquerda e os democratas-cristãos à direita teriam concordado numa perspectiva de ataque à crise muito mais solidária e centrada nas instituições europeias que ajudaram a construir.’
1 comentário :
Não sejamos ingénuos. Isto nada têm a vêr com ideologias mas puro servilismo aos monstros que lideram os mercados e que enriquecem estupidamente á custa destas crises. São a goldman sachs e outras que tais, os bancos e os magnatas da alta finança e das industrias deslocalizadas que pagam a Merkl e companhia para que as coisas sejam assim.
Não há ideologias, há dinheiro a fazer ( mais ) e exploração de trabalhadores no horizonte e é só isso que interessa para quem têm o dinheiro.O poder politico apenas serve os fins destes governantes obscuros.
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