- 'Do lado do Governo, o CDS não tem qualquer agenda própria que não seja a de apoiar todas as decisões [do Governo]. Até agora, as únicas dissensões que se conhecem não têm, por exemplo, a ver com a desigualdade social provocada pelas medidas. Têm simplesmente a ver com a repartição do bolo de cargos: seja no caso da diplomacia económica, seja em alguma desilusão com Álvaro Santos Pereira no cargo de ministro da Economia.
Olhando para a relação entre Governo e o Presidente, também não devemos esperar nenhum ataque ao Governo. Com a eleição de Cavaco Silva, o sonho de Sá Carneiro, de ter um Governo, uma maioria, um Presidente, cumpriu-se. Mas o resultado foi essencialmente o de termos um Presidente passivo na moderação legislativa do Governo. Cavaco Silva assumiu uma postura de nenhuma intervenção efectiva que contrarie o Governo e sua acção legislativa. O recente episódio em torno da lei do orçamento é emblemático: apesar de ter dito que as medidas previstas para os funcionários públicos e para os pensionistas "violam claramente o princípio da equidade fiscal", o Presidente promulgou a lei orçamental.'
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