- ‘O Governo e os accionistas da EDP escolheram um caminho ambíguo para explicar a nomeação de personalidades dos partidos da maioria para o conselho geral e de supervisão da empresa. Dizendo que a escolha de tantos militantes ou apoiantes foi da exclusiva responsabilidade dos accionistas, acabaram por legitimar a suspeita de que em Portugal a tão desejada "liberdade económica" apregoada por Passos Coelho no seu discurso de Natal é mesmo uma miragem. Mesmo que não falte currículo a Eduardo Catroga ou a Braga de Macedo, custa acreditar que a procura dos melhores quadros tivesse de ser confinada de forma tão gritante à geografia dos partidos do poder. Havendo talento por outros lados, são legítimas duas explicações: ou o Governo pressionou os accionistas para escolherem quem escolheram; ou, igualmente grave, os accionistas fizeram estas opções para lisonjearem o executivo e ficarem à luz dos negócios do Estado. Seja como for, depois do assalto à Caixa Geral de Depósitos, a hospitais-empresas ou a ínfimos lugares do aparelho do Estado, o que aconteceu na EDP e se repetiu na Águas de Portugal prova que o Governo está a gastar depressa um activo político precioso para legitimar a austeridade e as reformas: a credibilidade e a ética pública. A voracidade com que os apparatchick do PSD e do CDS disputam e se instalam nas sinecuras do Estado pode ser igual à do PS, mas desta vez os efeitos muito mais danosos: as dificuldades com que os portugueses se confrontam reduziu-lhes a tolerância para o festim dos boys. Mais do que nunca, o país precisa de um Governo que aposte na transparência e preserve a margem de consenso social e político que faz o cimento da democracia. Até agora, Passos e Portas estão longe de estar à altura desse desafio.’
quinta-feira, janeiro 12, 2012
Um Governo em perda moral
• Editorial do Público, Um Governo em perda moral:
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1 comentário :
O que os chineses pretendem é fácil de entender. Se fôr conveniente aumentar -ainda mais- o preço da energia eléctrica, quem melhor que esta corja, que beberica do pote, para defender essa medida? Essa e outras, tais como reduções salariais e sociais dos colaboradores da EDP, etc..Afinal a "decalage" com as condições na China -a que estão habituados- ainda é deveras significativa.
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