terça-feira, janeiro 03, 2012

“Venha ao Pingo Doce de Janeiro a Janeiro. Os lucros vão para a Holanda o ano inteiro.”¹


O PS tentou fechar as portas abertas pelo “despacho que vale (centenas de) milhões” [1, 2, 3, 4 e 5]: “O PS, no Orçamento do Estado para 2012, apresentou uma proposta que obrigava estas empresas a pagar em Portugal o diferencial até aos 25%, mas a maioria [PSD/CDS] chumbou essa proposta”. Sabe bem pagar tão pouco.

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¹ Lido aqui.

14 comentários :

Anónimo disse...

Uma adaptação.

http://okayempatins.blogspot.com/2012/01/please-dont-hurt-my-money-diz-o-alex-so.html

Anónimo disse...

Desde que percebi que este 'senhor' estava a ajudar a derrubar o governo PS para colocar lá os amigalhaços do PSD que decidi fazer greve ao Pingo Doce , de Janeiro a Janeiro. Devíamos todos fazer o mesmo em relação a ele e seus pares do Continente.

Anónimo disse...

Tanta demagogia que vai por aqui. Pergunto eu: E as outras empresas Portuguesas que durante o regime socrático foram até à Holanda essas não são atacadas? Enfim a socratice no seu melhor!!!

Gonçalo disse...

Esta medida proposta pela PS é de uma imbecilidade impressionante! Prenderia apenas as empresas portuguesas e iria ferir de morte o investimento estrangeiro. Por acaso pensam que este genero de soluções nasceu cá no burgo? Quase todas as empresas de alguma dimensão recorrem a elas. E na sua larga maioria são empresas com um impacto extraordinário nos paises onde estão presentes. Pelos empregos que criam, pela know how que trazem, etc. É uma visão da economia e da sociedade de alguém que está perfeitamente perdido e confuso. Será que também publica este comentário? aguardo para ver.

André disse...

@Anónimo: Diga lá quais foram essas empresas? Nem consegue nomear UMA? Antes socratice do que cretinice!

@Gonçalo: Está à vontade para dizer os disparates que quiser porque isto aqui não é o Forte Apache. "Quase todas as empresas de alguma dimensão recorrem a elas." Em que países? É que nos países europeus onde vivi há elevadas penalidades para esse tipo de comportamentos/operações. E só em Portugal é que vejo a Direita perder a vergonha e ostensivamente defender interesses privados com esse tipo de argumentário. Você é que fica confuso quando tem que dar exemplos sérios das coisas que diz.

Anónimo disse...

Caro Anónimo 12:04 - Você nem sabe o que é demagogia ... Demagogia são esses comentários abstractos que você faz. Dê exemplos!

Anónimo disse...

Anónimo 01:57 PM
PT, Ongoing, Galp energia, continuo?

Gonçalo disse...

André, o nosso mercado não tem a dimensão da maior parte dos países ricos da europa ou não usufruia da integração nesses mercados. Não temos os argumentos desses países ao nível da formação, legislação (estabilidade/previsibilidade), justiça, logo para atrair investimos estrangeiro temos, de forma realista, que utilizar outros meios. Se queremos ter futuro não podemos ter o argumento de baixos salários mas alta produtividade, temos de utilizar os portos como porta de entrada na europa (Sines com ligação ferroviária à rede europeia), temos de ter uma fiscalidade clara, previsivel e mais favorável que países maiores que nós e com outro tipo de argumentos. Matar a zona franca da Madeira foi acima de tudo uma estupidez, perderam-se as receitas e os postos de trabalho que criava. As empresas foram para Malta, Luxemburgo e outros destinos. Cada país tem de competir com as armas que dispõe, nos temos um mercado pequeno, pouca formação, má justiça, umas finanças pouco colaborantes (seria mais interessante disponibilizarem mais entendimentos sobre a legislação para clarificarem temas à priori - veja-se o exemplo inglês). Gostava que me dissesse se estamos a falar de países com dimensão igual ou superior a Portugal, com maior ou menor integração na europa (a integração da Bélgica ou Holanda nos circuitos europeus e mundiais não são comparáveis às nossas). Caso entenda como necessário que identifique casos especificos na europa poderei fazê-lo, mas como será fácil perceber regimes como o holandês, luxemburguês e outros não foram criados para empresas portuguesas mas para um universo maior que a elas recorre. Quanto mais não seja porque tem mais ADT's que Portugal e desta forma evitam a dupla tributação dos seus lucros. Pessoalmente não tributaria os lucros das empresas, sim a sua distribuição, mas mais valias geradas com a transmissão das suas acções/quotas, são elas que criam empregos, riqueza e quanto fortes forem melhor para o país. É um papel que fazem melhor que o estado, que se deveria limitar ao papel de árbitro e intervir para garantir as condições de vida dignas aos seus cidadãos (acesso à justiça, à educação, à habitação, etc.).

Anónimo disse...

O Gonçalo esquece-se que criar emprego e riqueza não é desculpa para fugir ás responsabilidades que se pedem a TODOS os portugueses neste momento de crise que nos afecta.
O que o Gonçalo está a dar a entender é que se alguém trabalha por conta de outrém não só deve comer o que esse outrém acha por bem pagar e calar, como têm a obrigação de contribuir com cada vez mais para tirar portugal da situação em que caiu.
Já quem " cria emprego" têm todo o direito de se " esgueirar" para fora da sua contribuição para resolver o problema que parece que é de TODOS mas não desses senhores...
Calha em que provavelmente o Gonçalo nunca teve uma educação sobre o que é de facto comportamento ético e responsavel e as OBRIGAÇÔES que esse comportamento implica. Obrigações que são exigidas áqueles que trabalham por conta de outrém mas não aos que " criam emprego". Mesmo que sejam aqueles que " criando emprego" andaram a pregar aos 4 ventos a moralidade e ética que colocaram nos seus negócios...
Em suma, estamos fartinhos de vêr gentinha da cepa deste Soares dos Santos revelar o quão hipócritas são e ainda serem defendidos por palermas que não percebem o quão estão a ser comidos por argumentos patetas.

Anónimo disse...

O merceeiro deve ser criticado por ter andado armado em patriota e moralista, afinal era tudo mentira e não passa de um hipócrita!! As outras empresas mencionadas pelo anónimo das 2:19 fizeram as coisas sem alaridos nem moralismos, fizeram o que a lei lhes permite fazer, "basta" mudar a lei, que não acontecerá com esta direita no poder, uma direita que defende as soluções capitalistas falhadas: desregulação, desigualdade, endividamento, livre circulação de capitais, predominio e captura da finança sobre a política!

Curioso disse...

Eis o que escreve um deputado na Assembleia da República

Gonçalo disse...

Anónimo 02:54:00 PM
Tive efectivamente educação formal sobre ética e tive a sorte de ter pais que me transmitiram noções de ética. No entanto, creio que a JM não falta no essencial às suas obrigações éticas. Para mim as empresas tem obrigações para com os seus clientes (produtos e serviços com qualidade a preços justos disponibilizados com a maior comodidade possível respeitando as melhores e mais correctas práticas), funcionários (remunerar adequadamente e atempadamente, garantir o seu acompanhamento e avaliação procurando a sua plena integração e realização - ideal mas muito difícil), sócios (justa remuneração dos seus capitais seguindo as recomendações destes - pressuponho que alinhadas com lei e comportamentos éticos) e para com a sociedade em geral (cumprir com as obrigações legais e sempre que possível ir mais além fomentando programas de voluntariado na própria empresa e apoiando iniciativas da sociedade civil que visam melhorar as condições de vida). A JM ao transferir a posse das acções para a Holanda não pagará menos impostos neste momento, mas assegura um enquadramento regulatório mais estável e mais importante evita a dupla tributação após expansão para novos mercados. Este último ponto deve-se à ausência de ADT's variados países. Para mim a questão fundamental é como pode o estado ter um comportamento como o que teve hipotecando gerações futuras? Tem de haver uma ética e sobriedade política que manifestamente não tem existido. E isto é independente de partido, embora especialmente grave no anterior por ter sido imprudente na avaliação do contexto e na gestão da dívida. Nós devíamos ter feito na Madeira e eventualmente nos Açores aquilo que a Holanda, o Luxemburgo ou Malta tem para oferecer às empresas. E indo mais longe fazendo o mesmo, em algumas regiões como o algarve e costa alentejana, mas vocacionado a sectores como as TI's, investigação, conteúdos. Temos condições fantásticas para atrair e manter pessoas qualificadas nesses locais. Não basta os reformados dourados com as suas boas pensões e casas para a velhice, podíamos ter centros near shore das TI's, centros de investigação e média no algarve e alentejo jogando com os trunfos do tempo, praia, segurança, simpatia do povo português, gastromia e é claro uma fiscalidade deveras interessante. Já viram o que seria sair do trabalho e em quase 2/3 do ano poder ir à praia? no Algarve é possível. Enfim, sonhos... mas há que tê-los, somos o que somos por nossa culpa, para o bom e para o mau.

Anónimo disse...

O Gonçalo continua sem perceber...Não interessa aqui se é ético ou não o que o Soares dos Santos fez, per se, mas sim a hipocrisia em que caiu quando apontou e censurou comportamentos destes a outros , quando se nomeou a si próprio campeão da ética nos negócios e quando fez o choradinho de que todos temos de fazer um esforço grande para levantar o país do buraco em que caiu.Todos menos ele que anuncia não cobrar aumento de IVA nos seus produtos e depois desconta esse mesmo aumento no que paga aos produtores a quem compra o produto.E isto é só um exemplo da prática "moral e ética" que Soares dos Santos advoga para si.
O que está aqui em causa é a imagem falsa de empresário-modelo que para si próprio criou e que usou para efectuar opinião politica demagógica.
Quanto á questão da "estabilidade fiscal" é mais um chavão para branquear a existencia de algo que há muito, na minha opinião, devia ter desaparecido do mapa mundo : os offshores e as deslocalizações fiscais.São legais? São. São éticas? Muito dúvidoso.O conceito de mercantilização de tudo o que mexe é que está a destruir a economia mundial, a ideia de que , desde que seja para obter lucro máximo tudo é permitido é que desculpa comportamentos como os de Soares dos Santos.Legal nem sempre significa moral.É preciso fazer esta separação, que as populações parecem ter esquecido nos últimos anos.
Quem está atento censura Soares dos Santos não pelo que ele fez agora mas pelo que ele disse antes. Porque as pessoas se esquecem que as palavras vinculam o carácter de quem as profere e que , quando fazemos o contrário do que advogámos com o nosso falso moralismo, teremos sempre como consequencia a censura dos cidadãos atentos.Resumindo :
Soares dos Santos têm o direito de gerir as suas empresas como quiser e onde quiser , não fosse ele um empresário privado.
Soares dos Santos não têm o direito de me vir dar a mim ou a quem quer que seja lições de moral, ética, ou o quanto se deve trabalhar para tirar portugal do problema em que está metido.

HABITUEM-SE, DIREITOLOS! disse...

E HOJE SOMOS TODOS... "HOLLANDESES"!!!!!