- ‘As novidades da semana foram os dados do Eurostat sobre a dívida pública referente a Setembro de 2011. Esses dados surpreenderam pela negativa, pois com as previsões do Ministério das Finanças em Setembro passado (ver Procedimento dos Défices Excessivos) a dívida de 2011 estaria nos 101% do PIBpm. Agora sabemos que ela andará pelos 111%. Ou seja, em apenas cinco meses a previsão da dívida aumentou 17.000 milhões, 10% do PIB, e isto não pode ser explicado pelo défice, cujo objectivo nominal foi alcançado. É um desvio de previsão colossal. Ter obrigação moral de pagar a dívida não significa ter capacidade de a pagar. Com os dados actuais, e refazendo cálculos, o rácio da dívida no produto estará em 2013, no cenário governamental, nos 122% e num cenário mais realista nos 125%. Não é possível voltar aos mercados em 2013 em condições normais e todos sabem disso, apesar de haver coisas que não se podem dizer publicamente, embora microfones intrusos (?) as captem. Há, pois, outras duas vias. Uma, a versão moderada de um novo resgate para as necessidades de financiamento líquidas de 2013-15, depois de mostrar o trabalho de casa feito. Outra, que a troika compreenderá em 2013, se não o compreendeu já, que para crescer Portugal necessita também de um perdão parcial da dívida de cerca de 20%. Porque, sem crescimento não há saída da crise. Não é boa solução? Não. Mas não há boas soluções para a crise da dívida.’
domingo, fevereiro 12, 2012
“Portugal necessita também de um perdão parcial da dívida de cerca de 20%”
• Paulo Trigo Pereira, As novidades da semana [sobre a crise da dívida, hoje no Público]:
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