Paulo Portas escolheu dois dos seus ajudantes no Ministério dos Negócios Estrangeiros — um secretário de Estado e uma subsecretária de Estado —, mas teve levar com outros dois indicados pela São Caetano. Um destes foi imposto por Braga de Macedo, assim dando gás à velha guerra que mantém com Portas desde os tempos do Independente.
Forçado a confraternizar com o emissário de Braga de Macedo, Portas resolveu cortar o mal pela raiz, não delegando competências aos ajudantes até hoje. Ao fim de oito meses, abriu mão de alguns dos seus poderes.
Luís Brites Pereira, o tal secretário de Estado, já não pode queixar-se a Braga de Macedo de que não tem nada para lhe comunicar. A partir de agora, cabe-lhe dar parecer sobre a concessão do grau de doutoramento honoris causa a individualidades estrangeiras, reconhecer o estatuto de agente da cooperação e conceder licenças sem vencimento para o exercício de funções em organismos internacionais, entre outras tarefas igualmente relevantes — ficando ciente no entanto de que, nas ausências e impedimentos do ministro Portas, não é ele que assegura os Negócios (com) Estrangeiros.
Para uma completa compreensão de como funciona o Ministério dos Negócios Estrangeiros, só falta agora saber o que faz naquela estranha estrutura a subsecretária de Estado. Pode ser que Luís Brites Pereira conte a Braga de Macedo e que este nos conte depois.
2 comentários :
Finalmente esta situação no MNE começa a ser tratada como deve ser. Os jornais deviam de olhar para isto.
Vive-se hoje na cúpula do MNE uma divisão nefasta, tudo por causa do adiantado mental. O IICT pertence ao MNE mas o adiantado anda contente da vida porque o Portas não lhe pode tocar. Por outro lado, o cargo de embaixador na OCDE está vago há quase um ano – tentem saber porquê… (uma pista: ainda é Portas quem decide quem vai para embaixador…)
Proponho que se crie o Ministério dos Negócios Transparentes.
Temos em Portugal muitas personalidades com currículo para ocupar a Direcção.
Proponho Paulo Portas.
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