- ‘A estratégia parece-me clara. Em lugar de assumir a sua desconfiança política face à escola pública, o ministro da Educação optou por encontrar um bode expiatório que lhe permitia sugerir que o investimento no parque escolar é exemplar da ineficiência genérica do Estado. Pelo caminho, ocultou a relevância deste esforço na resposta à contração do investimento privado no início da crise, a necessidade de reabilitar edifícios em acelerado estado de degradação, quando não em ruínas, e o potencial de geração de receitas próprias de muitas das escolas reabilitadas. Acima de tudo, manipulou uma auditoria que não só não identifica desvios colossais, como vai ao ponto de elogiar o conselho de administração da Parque Escolar por ter adoptado “boas práticas de gestão (e) garantido o controlo das derrapagens de custo das empreitadas”.
Para além de nos dizer alguma coisa sobre o perfil do Ministro Crato, a sensação com que se fica deste processo é que, no fundo, o objectivo passava por encontrar uma cortina de fumo para substituir uma administração de uma empresa pública que tinha dado provas.
Não menos relevante é o papel da comunicação social neste processo. Já sabemos que os governos têm o péssimo hábito de fazer tábua rasa de tudo o que foi feito pelos governos anteriores. Acontece que esta estratégia de terra queimada encontra na comunicação social um importante auxiliar, através da reprodução acrítica do que os governos (todos) dizem. Como é possível que vários órgãos de comunicação social tenham reproduzido acriticamente o que o Ministério afirmava serem as conclusões da auditoria? Bastava ter lido para se perceber que havia uma grande diferença entre o que dizia o relatório e o que era dito a propósito do seu conteúdo.’
4 comentários :
O ministro (Cra)tino devia ser demitido e nunca mais poder exercer funções de educação fosse onde fosse.
Um tipo que representa das mais altas instancias do estado dá um belo exemplo no que toca á educação dos portugueses : mintam como entenderem que se safam sempre.
Este aborto ético nunca devia sequer ter posto os pés num governo do biafra, quanto mais do nosso país.
O JN que reputo sério e isento,por mão de uma "jornaleira"publicou a quatro colunas um extenso relambório com as declarações do tal ministro e pasme-se,sem uma única referência ao relatório da IGF,pelo que o descomunal desvio de 400% era mesmo assim .Enviei um e-mail à autora da notícia,nem resposta.
Chamam orgãos de comunicação social a quê?
Eu chamar-lhe-ia de cócós!
Veja-se quem foi nomeado para a nova administração e que serviços que já prestou nas negociações com sindicatos...
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