- ‘Em Maio, quando o memorando de entendimento foi firmado pelo Governo de Portugal com a troika – o BCE, a Comissão Europeia e o FMI –, as previsões apontavam para que no fim do ano de 2011 a taxa de desemprego atingisse os 12,1%. Como se pode explicar que chegados ao fim de Fevereiro de 2012, a taxa de desemprego tenha atingido, segundo dados do Eurostat, os 14,8%?
A resposta a esta pergunta é simples: a política de sobreausteridade aplicada pelo Governo teve as consequências esperadas. Com implicações que podem ir muito para além da conjuntura, pois está a provocar uma destruição de capacidade instalada de parte do sector produtivo nacional, que, perante o quadro recessivo criado, terá impactos no potencial de crescimento e de criação de emprego da economia portuguesa.
A assinatura do memorando não pode ser, não foi – é esse o nosso entendimento –, o fechar de um ciclo de qualificação dos recursos da economia portuguesa, e uma estratégia de empobrecimento; foi, antes de mais, num momento de emergência, a garantia de assistência e o compromisso da realização de reformas que permitissem que Portugal pudesse voltar aos mercados financeiros como uma economia mas sólida. A austeridade é necessária, mas não é um fim.’
1 comentário :
Não se morre da doença mas morre-se da cura!
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