quinta-feira, setembro 20, 2012

Os empresários face à TSU

• Pedro Nuno Santos, Os méritos do debate sobre a TSU:
    ‘O debate sobre as mexidas na TSU teve, pelo menos, o mérito de mostrar a elite empresarial e uma parte significativa da direita a explicar os graves prejuízos para a economia portuguesa que o corte no poder de compra dos trabalhadores provoca. Há muito que a esquerda alerta para estas consequências, mas é sempre melhor quando até a direita nos dá razão. As reacções dos empresários não se devem a preocupações sociais, mas sim ao impacto que estas medidas terão nas suas actividades económicas. Fossem preocupações sociais a motivação para tamanha reacção e há muito que já teriam acordado. As razões são, obviamente, bem mais materiais.

    O impacto destas medidas é diferente consoante o sector, mas todos reagiram da mesma forma. O sector da distribuição, bem como outros que dependam da procura interna, é naturalmente prejudicado pelo impacto negativo que a redução do poder de compra dos trabalhadores terá na sua facturação. No entanto, há sectores para os quais a quebra da procura interna não é tão relevante. É o caso do sector do calçado, que exporta a maioria da sua produção. As nossas melhores empresas de calçado exportam, inclusivamente, a totalidade do que produzem. O que os empresários dos sectores predominantemente exportadores perceberam é que não é possível trabalhar no quadro de uma explosão social. O que estes empresários perceberam é que não conseguem ter trabalhadores motivados e a dar o seu melhor se sentirem que, no meio de uma crise devastadora como a que vivem, ainda têm de financiar os seus patrões. Os empresários sempre foram muito pragmáticos. O que as decisões sobre as mexidas na TSU revelam é que os actuais primeiro-ministro e ministro das Finanças, tão crentes e defensores de uma economia de mercado, não fazem a menor ideia de como é que ela funciona.’

1 comentário :

Anónimo disse...

Portugal tem 1 problema - esse problema é o dr. CSilva, os cidadãos ou parte deles, o conhecem e sabem.

O Pais, dentro dos parametros democraticos, só assim, resolve os seus problemas, sem "deuses".

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