domingo, setembro 16, 2012

Política sacrificial

• Frei Bento Domingues, Política sacrificial [hoje no Público]:
    ‘(…) Vítor Gaspar, ministro das Finanças, não se importa muito com as suas contas mal feitas, pois "a disponibilidade dos portugueses para fazer sacrifícios é muito grande" (DN, 12.09.2012). Conta, também, com Passos Coelho, mais troikista do que a troika: quem não gostar que emigre e nada de lamechices. Se é pelos frutos que se conhece a árvore, estamos aviados: 89% dos portugueses dizem-se afectados pessoalmente pela crise e 90% pensam que a maioria dos benefícios deste sistema só vai para alguns, alargando o abismo entre pobres e ricos. André Macedo, director de Dinheiro Vivo, pergunta: "Onde é que isto vai acabar? Impostos altíssimos, desemprego explosivo, um governo possuído por modelos económicos de alto risco e que, agora, até na gestão da tesouraria das empresas se intromete. Porquê esta loucura?" (DN, 12.09.2012). Manuela Ferreira Leite entende que se o país seguir a linha traçada, "não só não se atingem os objectivos, como o país chega ao fim destroçado". Para Silva Lopes, este Governo é "o Robin dos Bosques, ao contrário: tira aos pobres para dar aos ricos".

    2. Não podem ser ignoradas as tomadas de posição de D. Januário Torgal, bispo das Forças Armadas, do bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro, e as homilias de D. Pio Alves, bispo auxiliar do Porto, em Fátima nos passados dias 12 e 13.

    Bagão Félix considera, no entanto, que a Igreja Católica, em nome da sua doutrina social e da "opção preferencial pelos pobres", é chamada a pronunciar-se sobre as medidas de austeridade "não apenas através de vozes isoladas, que nem sempre representam a instituição", mas "como um todo". Para Manuel Pinto, da Universidade do Minho e conhecido militante católico, "começa a ser ensurdecedor o silêncio da Conferência Episcopal Portuguesa sobre a gravidade da situação social e económica em Portugal" (blog Religioneline, 09.09.2012).’

Sem comentários :