quarta-feira, outubro 10, 2012

Orçamento “mais justo” não há


Passos Coelho disse que o Orçamento do Estado para 2013 será “um orçamento mais justo”. Já antes, Vítor Gaspar havia falado numa distribuição mais equitativa do esforço de consolidação orçamental. Depois de já se ter uma ideia muito próxima do que as pessoas singulares vão pagar para o ano de IRS, veja-se então se as medidas extraordinárias previstas para as empresas têm alguma comparação com o esforço exigido no âmbito do IRS:
    • Um acréscimo sobre a derrama estadual, que incidirá sobre os lucros entre 7,5 milhões e 10 milhões de euros;
    • A taxa Tobin; e
    • Um limite à dedução dos encargos financeiros cujos contornos não são conhecidos.

Relativamente à taxa Tobin, o Público de hoje avança que, segundo contas oficias, gerará receitas de 25 milhões de euros.

Por sua vez, a subida da derrama estadual, caso as 1500 maiores empresas mantenham os lucros em 2013, poderá gerar 75 milhões de euros, ou seja, o agravamento resultará numa receita média de 50 mil euros por cada uma das 1500 empresas em causa (cf. quadro acima elaborado pela Deloitte).

Comparando estes 100 milhões de euros de agravamento da tributação das empresas com o agravamento de 3.300 milhões no IRS, podemos observar como Passos Coelho tem razão quando afirma que o Orçamento é “mais justo”. Diria mais: “mais justo“ era impossível.

4 comentários :

Francisco Clamote disse...

Comem a carne, chupam os ossos e ainda nos toma por parvos. É de mais!

ECD disse...

Alguém já pensou comparar os direitos, deveres, carreiras, salários e outras benesses dos trabalhadores do Banco de Portugal onde o Rosalino é funcionario (e elemento importante na definição das políticas de pessoal) com o que quer impor à Função Publica? Dará de certeza um bom e muito actual post!

José Neves disse...

O Miguel Abrantes perguntava atrás porque teria a Helena Belmar sido corrida, de forma abru(p)ta, sem qualquer vestígio de explicações, de secretária pessoal de Passos Coelho.
Bem, as notícias de ontem no "público" sobre as ligações moneytárias ou eurotárias entre o Relvas do projecto Foral e a "Tednoforma" "formadora", são de caras para qualquer mau entendedor.

Anónimo disse...

Se assim for , espero que se tenha enchido de papelada sumarenta e que em breve venha nas capas de jornais.
Se até entre eles já há quem tenha percebido que as coisas assim só nos levam ao abismo...