terça-feira, novembro 13, 2012

Gaspar sem pára-quedas


Quando Passos Coelho, ao lado de Merkel, garantia ontem que o défice orçamental (já revisto) de 2012 será cumprido, o Ministério das Finanças já tinha assumido perante a troika que vai falhar a nova meta acordada, mesmo contando com a trampolinice de contabilizar as receitas da “concessão” da ANA. Como se previa, o último trimestre de 2012 está a ser devastador para as contas públicas, com uma quebra brutal das receitas fiscais.

A política de “ir além da troika”, que se intensificou no Orçamento do Estado para 2012, agravou a austeridade imposta por Merkel e Companhia: quando o programa de “ajustamento” exigia medidas de consolidação orçamental no valor de 5.073 milhões de euros, o Governo decidiu sobrecarregar o pacote de austeridade com medidas que atingem 9.042,3 milhões de euros (Relatório do OE-2012, p. 22, na versão em papel, ou p. 30, na versão on-line).

O resultado está à vista: o Governo vai torrar, no ano de 2012, mais de 9.000 milhões de euros e, nem assim, atendendo às fugas de informação para preparar a opinião pública, um ponto percentual do défice será reduzido. Será que Passos Coelho já ouviu falar numa coisa chamada espiral recessiva?

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