sexta-feira, janeiro 11, 2013

Se Passos não percebe, então é melhor não mexer

• Manuel Esteves, Se Passos não percebe, então é melhor não mexer:
    ‘"Fizemos um trabalho bem documentado. Os que têm maiores rendimentos são os que absorvem a maior parte dos rendimentos redistribuídos pelo Estado". A revelação foi feita pelo próprio primeiro-ministro a 12 de Dezembro, gerando pasmo e surpresa, para gáudio de alguns e irritação de outros.

    Foi preciso esperar uma semana para ter novidades nesta nova frente aberta por Passos Coelho. No lanche de Natal com a bancada parlamentar do PSD, o primeiro-ministro especificou: "20% dos rendimentos mais altos têm 33% do rendimento que é redistribuído, 20% dos rendimentos mais baixos apenas conseguem 13% do rendimento redistribuído. Isto está invertido, não é ideal de justiça para ninguém", disse. Quase 20 dias depois - através da divulgação pelo Negócios do relatório do FMI sobre a redefinição das funções do Estado confirmaram-se os piores receios. O raciocínio de Passos Coelho enferma em graves erros e as suas conclusões são falaciosas.

    O erro essencial é que Passos ignora um dos lados da equação: os 20% mais ricos recebem efectivamente 33% dos apoios sociais, mas também pagam muito mais ao Estado, em impostos e contribuições, um pormenor omitido pelo primeiro-ministro (e pelo relatório do FMI). O caso é particularmente gritante ao nível fiscal onde a progressividade assegura que a taxa de IRS cresce em função dos rendimentos. E do lado das pensões, o princípio da contributividade estabelece que o valor das pensões está directamente relacionado com as contribuições efectuadas.

    Nas sociedades modernas, a redistribuição de rendimentos faz-se essencialmente por duas vias: pelo lado das transferências sociais (via subsídios e outros apoios sociais) e pela tributação (via impostos e contribuições sociais). Quem precisa recebe, quem pode paga. Como princípio, é simples, justo e eficaz. Será que ninguém consegue explicar isto ao primeiro-ministro? (…)’

8 comentários :

Luis Moreira disse...

Se quem mais ganha, mais paga mas a seguir mais recebe, ficamos nesta miserável injustiça, não é? O PM é capaz de ter razão...

Jacinto Leite Capelo Rego disse...



EH, PÁ, FORA COM ESTE ABORTO! HOJE MESMO!

Anónimo disse...

@Rego: qual aborto? O Moreira?

ignatz disse...

se ganhassem todos o mesmo já não havia problemas desses

Anónimo disse...


Faltaram-lhe com palavras no baptismo: um ar de autêntico alienado mental.

Anónimo disse...

O PM não têm razão, porque deveria estar a falar das reformas e salários milionários de alguns dos seus apaniguados. Mas o que ele não diz é que está a falar dos salários a partir de mil euros ou menos ainda.
Quando o leitor Luis Moreira sentir no bolso a "justiça" do mentecapto a que chamam PM, tenho a certeza que irá rever o seu próprio conceito de justiça...
Ou pensa que é cortando apenas no salário dos gestores publicos que resolve a situação? Num pais onde 90% da população ganha abaixo dos 800 euros?Tenha juizo...Há que olhar para lá do que o PM diz e tentar perceber as intenções. O mesmo já provou vezes sem conta que é mentiroso e que têm uma agenda escondida. O que é que poderá levar alguém a pensar que agora é diferente?

Judite Gustava dos Prazeres e Morais disse...



@Anónimo: és de que Planeta, meu tó-tó?

H. Ramos disse...



Que cara de parvo...